quarta-feira, novembro 21, 2012

A Nudez da Mulher do Polícia


A maior parte das histórias que descobri sobre a passagem do meu pai, por Lisboa, foram contadas meu tio Valentim, com muito orgulho e admiração. Percebi que o meu pai não era só o irmão mais velho, era também o seu "ídolo" e o seu protector.

Ele contou-me todo o género de aventuras, umas mais burlescas que outras, como eram os convites lascivos da mulher de um polícia, que vivia no mesmo piso onde eles tinham um quarto alugado.

Sorriu quando acrescentou que o meu pai era um jovem alto, moreno e elegante, capaz de atrair vários géneros femininos, inclusive mulheres mal casadas...

O meu tio lembrava-se perfeitamente de ficar à espreita, sem dar nas vistas, quando o pai ia à única casa de banho existente no andar, ao fundo do corredor. Quando estava sozinha, a mulher do polícia abria a porta e ficava ali plantada, apenas com o robe em cima do corpo, que por artes mágicas se ia abrindo e descendo, à medida que ele se aproximava.

Confessou-me que foi naquele corredor que viu pela primeira vez, por inteiro, as curvas deliciosas que nos fazem "estampar" tantas vezes por aí...

O óleo é de John Noy.

8 comentários:

  1. que texto tão delicioso de ler
    arrancou-me um sorriso
    espero ler mais estórias destas
    beijinho

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  2. quer dizer que as casas de banho colectivas tinham mais valias insuperáveis. ;)

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  3. ainda bem, Pi.

    apeteceu-me escrever, mesmo que possa chocar alguém...

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  4. já emendei o texto, Maria.

    saiu colectivas, mas não seriam. seria sim uma única, utilizada por todos os moradores do andar. :)

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  5. mesmo assim. os corredores eram compridos, a luz pouca... :)

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  6. As coisas que a penumbra de um corredor de predio antigo podiam contar...
    Um abraço e bom Domingo

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