domingo, novembro 20, 2011

A Coragem de Continuar a Fazer dos Domingos um Dia Diferente


A vida incaracteristica que enfrentamos nas cidades fez com os domingos perdessem a importância social que tiveram durante anos. É mais fácil a uma boa parte das pessoas ficar de pijama em casa, pelo menos até ao almoço, que levantarem-se antes do meio da manhã, tomarem um banho apetecido e vestir uma roupa diferente, especializada para os dias que não são dias.


É por isso que é de louvar a atitude dos país da Carolina, que ao domingo nunca ficam em casa. Ele não têm paciência para participar no culto católico e ouvir as palavras do padre da freguesia, mas espera a esposa à saída da igreja, umas vezes a pé, outras já com carro a brilhar, preparado para ir a qualquer lugar, escapando da vulgaridade dos dias.

Não há qualquer ironia nas minhas palavras, acho louvável a acção de todos aqueles que conseguem fazer dos domingos um dia diferente, por mais estranhos que possam parecer. O pai da Carolina, por exemplo, tem um hábito que com o decorrer do tempo fez com que fosse olhado de lado pela vizinhança e motivo de conversa do café mais próximo, porque é também ao domingo de manhã que pega no trompete e toca uns acordes, a reviver os tempos em que foi músico da filarmónica da Incrível.

Às vezes passo pela rua e ouço os seus solos entre o jazz e o blues, que se escapam pela janela. Não é nada desagradável, para mim claro, que estou a passar na rua...

Aliás, a única coisa que me irrita um pouco (aqui estou a favorecer a questão...) nestes amantes do domingo, é a sua capacidade de transformarem as estradas portuguesas em autênticas romarias, fazendo com que andar de carro ao fim de semana, seja uma aventura no mínimo surpreendente...

O óleo é de Ton Pinch.

12 comentários:

  1. : )
    É, por vezes, agradável ficar em casa sem cumprir horários. Sair ainda é melhor! : )

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  2. Por isso é que embirro com os domingos! Porque deveriam ser dias diferentes e não são! Que neura! Especialmente da parte da tarde! É que sempre odiei as "voltinhas higiénicas"...

    Bom... domingo, after all!

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  3. Ir a algum lado no Porto (na cidade) é muito mais fácil ao Sábado e sobretudo ao Domingo por haver menos trânsito (Centros Comerciais é que devem estar cheios).

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  4. Às vezes ficava a olhar da varanda as filas intermináveis de carros na marginal, em direcção a Cascais. Ao fim da tarde o contrário. E perguntava-me sempre como é que não andavam fartos de filas durante a semana...
    Aqui, em dias de sol, é idêntico, em direcção à Foz. Quando chove não se vê vivalma!

    Beijinho, Luís
    (gostava de ter esse tocador de trompete como vizinho...)

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  5. Por acaso nunca fui grande adepto dos domingos.
    Os sábados sim, são o meu dia eleito para fazer algo diferente. Sair, conhecer locais diferentes, etc.
    O domingo é o dia só para mim, relaxar, ler, ouvir música, enfim tudo aquilo que não faço nos outros dias.

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  6. De Verão, ou quando está bom tempo sempre saio a dar uma volta ao Domingo. Na maior parte das vezes a pé, dou uma volta aqui perto pelo parque da cidade, ou pela beira rio.

    Às vezes apanho o autocarro, e vou até ao Barreiro, gosto de andar pelas ruas do Barreiro velho.
    Mas de Inverno quase sempre fico em casa.

    Um abraço

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  7. é, então quando está desagradável como hoje, Catarina, sabe bem ficar em casa.

    o mais curioso é que tenho andado por aí, na rua, a apanhar o vento e a chuvita com gelo. :)

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  8. em Lisboa é quase assim, embora a ponte tenha sempre carros e mais carros, Gábi.

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  9. pergunto isso quando vejo as filas intermináveis na ponte ao fim do dia, Maria.

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  10. pelo menos as manhãs de domingo, são aproveitadas para andar por aí, André.

    anda tudo calmo.

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  11. sim, o frio é sempre menos convidativo para andarmos na rua. e se for frio e vento como hoje, pior, Elvira.

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  12. fizeste-me sorrir, Carol. :)

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