Não me apeteceu sorrir, porque não era uma piada.
A senhora com mais de setenta anos contou-nos que tinha medo do escuro. Depois de se tornar mulher, escondeu-o, primeiro do marido, depois dos filhos. Fingiu muitas vezes que a escuridão já não a assustava. Como quase todas as mulheres ficou viúva e voltou a sentir a solidão e o medo da infãncia. Hoje só consegue adormecer com o candeeiro da mesa de cabeceira aceso.
Foi por isso que confessou, que o pior que lhe podiam tirar, nestes tempos de crise, era a luz eléctrica. Olhámos uns para os outros, sem saber o que dizer.
Ninguém sorriu, bastava olharmos a senhora para percebermos que que não era nenhuma piada...
O óleo é de Peter Taylor Quidley.
Arrepiante; e faz-se mesmo silêncio.
ResponderEliminarÁs vezes o medo do escuro é uma continuação do medo de solidão. De todas as vezes que estive internada, meu marido me afirmou que só conseguia dormir de luz acesa. Não seria decerto por medo do escuro, um homem que passou por momentos criticos na guerra especialmente na Guiné, e que era da Fuzileiros Especiais.
ResponderEliminarUm abraço
Coisas pequenas que são imensas.
ResponderEliminarBeijinhos, Luís
realidades que se tentam colocar debaixo do tapete, Helena.
ResponderEliminarquase sempre, Elvira...
ResponderEliminarsim, uma imensidão, Virginia.
ResponderEliminarcomo eu compreendo a senhora.
ResponderEliminareu costumo dizer que não tenho medo de nada a não ser de uma coisa.
e não faço segredo do meu medo que é esse : o escuro.
pode parecer uma coisa tola, mas é real.
afinal não sou só eu.
um beij
e porquê, Piedade, há uma razão?
ResponderEliminarsim.
ResponderEliminarhá sempre uma razão para o medo.
claro.
ResponderEliminar(desculpa a pergunta idiota)