A mudança é uma constante nas nossas vidas.
Mudamos de quase tudo, de emprego, de mulher, de hábitos e até de vícios.
Digo isto porque considerava impensável ver o Raul substituir com sucesso o habitual uísque, que o acompanhava nas mesas e balcões dos bares e cafés, por água com gás.
Há situações que podem parecer hilariantes e retiradas de filmes, mas que quando vividas não devem ser assim tão engraçadas. A história mais forte que me contou dava uma história. Talvez pense nisso um dia destes e até já lhe dei um título: "A Trilogia do Desconhecimento". Imaginem o que é acordar numa cidade desconhecida, num hotel que nos parece completamente estranho, ao lado de uma mulher jovem, que também parece uma invenção, e que poderíamos jurar, nunca a ter visto em sitio nenhum. Aconteceu.
O álcool faz isto. Vai apagando e destruindo a memória.
Neste caso particular, a mudança ficou a dever-se à escolha entre a vida ou o vício. O gosto pela vida do Raul foi mais forte que a ilusão e o falso poder que lhes davam as bebidas fortes...
O óleo é de Fabian Perez
Mudar tem subjacente a si uma escolha e essa implica sempre uma rejeição - consciente ou inconsciente. Belo texto.
ResponderEliminarPois, às vezes a vida fala mais alto, mas nem sempre. Há quem acredite que viver nos píncaros do prazer compensa uma morte precoce :)
ResponderEliminarBeijinhos
É preciso muito discernimento para fazer este tipo de mudança!
ResponderEliminarSignifica que não era um caso perdido!
Mudamos constantemente, é verdade. Quando comecei a escrever estas frases era ligeiramente diferente. Mudanças que, neste caso, não se sentem, mas que existem. É necessário ter uma grade força de vontade para se eliminar vícios de anos. O teu amigo está de parabéns.
ResponderEliminarsim, algo fica para trás, Helena.
ResponderEliminarsim, há sempre quem opte pela "auto-destruição", Virginia.
ResponderEliminardiscernimento e apoio, Rosa, é crucial.
ResponderEliminara força de vontade será o mais importante, o querer mudar, Catarina.
ResponderEliminarDurante um tempo pensei que era sempre assim: que a vida seria mais importante. Um dia acordei e percebi que não...que bom, ter sido assim no caso do Raúl.
ResponderEliminarsim, George Sand.
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