Eu sempre soube que os poetas eram primos dos inventores e escreviam coisas que andavam por cima e por baixo da realidade.
Não sei se por mera coincidência ou por outra coisa qualquer, o que é facto é que somos um país de poetas e de inventores, olhados de lado na nossa "ilha" e respeitados pelo mundo inteiro.
O meu tio Valentim era poeta e inventor.
Numa das suas passagens por Lisboa, quis passear comigo pelas ruas do Bairro Alto, onde chegou a viver num pequeno quarto de umas águas furtadas, com uma vista divinal. Via o Tejo de um lado e a casa da dona Celeste, doutro. Explicou-me que a dona Celeste tinha as meninas mais bonitas do bairro. E ele sem dinheiro para aquelas belas "extravagâncias"...
O que achei mais curioso, foi ele nunca proferir a palavra "puta" ou "prostituta", muito menos "rameira". Para o tio Valentim as mulheres da vida eram sempre meninas, mesmo que tivessem ultrapassado os trinta e até os quarenta anos.
Talvez fosse apenas uma questão de terminologia, ou então fraqueza de poeta...
Quando chegámos à rua do Norte, mostrou-me com orgulho a janela do seu velho quarto e a casa das meninas da dona Celeste...
Parecendo-me à partida que terão uma vida muito dura e que não simpatizaria com quem as comprasse, gostei que lhes chamasse meninas.
ResponderEliminarE gostei do quadro.
Poeticamente apresentadas as meninas da Rua do Norte!
ResponderEliminarNa Nazaré também há uma Rua do Norte onde também moram meninas...não dessas, mas afinal todas as meninas continuam a ser meninas para alguém que as veja com os olhos da alma!
Abraço
E como chamaria ele ao sexo oposto da Rua do Norte, se os houvesse? “Meninos”? O teu tio, Luís, sempre um cavalheiro em qualquer circunstância.
ResponderEliminarAmigo Luis,
ResponderEliminarPasso hoje para deixar-lhe um poeminha de Natal, que você seja sempre feliz e no ano que se inicia possamos seguir juntos nesta caminhada!
"Natal...
É o mês de confraternização Agradecimento pela vida
Bênçãos ao filho de DEUS
União, amor, reflexão!
Que o bom velhinho traga um saco cheinho de paz,
harmonia, fraternidade
Que o gesto de ternura se estenda de várias mãos
Que ao som dos sinos
O amor exploda em toda direção!
FELIZ NATAL!"
UM ANO NOVO DE FÉ E SUCESSO!
Beijos, flores e muitos sorrisos!
O que o tio desejava era que o sobrinho Luís, fosse lançado às feras na sua primeira vez. Não!?
ResponderEliminarGostei do seu tio Valentim...
ResponderEliminarCom a Vida e com o Amor celebre em seu coração a Luz deste Natal. Que 2011 seja um ano MELHOR.
Um beijo, Luís
Eu voto na "fraqueza de poeta"...
ResponderEliminarTambém gostei do seu tio.
Um abraço e votos de um Natal feliz
Gostei do tio e da leveza com que ele re referia às "meninas"
ResponderEliminarum beij
belissima escrita. Vai já para os favoritos!
ResponderEliminaré uma profissão, para uns a mais velha do mundo, Gáby.
ResponderEliminarmas não é igual às outras, deve ser muito mais humilhante, apesar de aparentemente bem paga.
sim, Rosa, para que as vejam com alma...
ResponderEliminarprovavelmente, Catarina.
ResponderEliminargrato, Carmen.
ResponderEliminarFeliz Natal cheio de poesia.
não, Carlos.
ResponderEliminarquando se deu esta visita o BA era quase um "museu" das meninas e dos canastrões de meia branca e camisas de cetim...
era uma personagem, Graça.
ResponderEliminarsim, vida e amor...
pois e, dizem que os poetas são uns "fracos", Virginia...
ResponderEliminarFeliz Natal.
o mundo é assim, deve ser tratado com leveza, Piedade...
ResponderEliminargrato George Sand...
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