quinta-feira, dezembro 09, 2010

Passar ao Lado deste Tempo de Frases Feitas

Neste tempo de generalizações e frases feitas, nunca foi tão fácil debitar palavras sem muito nexo, como se fossem a coisa mais importante "do mundo".

Isto também acontece porque nunca houve tantos "comentadores" a falar de tudo e mais alguma coisa (pessoas que normalmente não são especialistas de nada, baseiam-se apenas na "xico-espertice", enchendo os meios de comunicação social de banalidades).

Além do jornalismo, a literatura, a musica e o cinema, também têm culpa em muitos destes desvios, porque têm vindo a fazer, cada vez mais, parte integrante das nossas vidas, misturando a ficção com a realidade.

O poeta Tê escreveu e o Rui canta que não se ama quem não gosta da mesma canção que nós (é mais ou menos assim...). Há também quem acrescente que se não nos lembramos do nome de alguém, é porque teve uma passagem fugaz e pouco importante nas nossas vidas.

Mas há muitas mais frases feitas do género.

Claro que nada nos impede de gostar das pessoas que apreciam músicas, livros, filmes, lugares, entre tantas outras coisas, diferentes das que preenchem os nossos gostos.

E também há várias pessoas das quais não me lembro o nome e que foram importantes na minha vida. Como por exemplo a minha professora primária, que foi a primeira pessoa que me estimulou a contar histórias, por gostar das minhas redacções...

É por isso que odeio cada vez mais este tempo de banalidades e de generalizações.
O óleo é de Ivo Petrov.

16 comentários:

  1. O que me desagrada nas frases feitas, Luís, não é tanto fazerem generalizações (com a leviandade das meras percepções subjectivas), como serem, em regra, extremamente afirmativas. Penso que é por isso que tanta gente as «compra». :-)

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  2. Há sempre alguém com opinião a dar sobre assuntos que não domina (v.g. Marcelo Rebelo de Sousa).
    Os Xicos espertos confundem frases feitas com citações ou aplicações de Adágios.
    Quanto a gostos diferentes (generalistas) todos temos um guilty pleasure.
    Podemos não lembrar um nome, mas não é grave se não esquecemos a cara.

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  3. As frases feitas, Luís, não estarão na linha daquela "coisa" a que se chama - os brandos costumes - e que muito me irrita?

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  4. É verdade...às vezes até se me arrepiam os cabelos...

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  5. :) um sorriso pelo comentário da laura :)

    e concordo contigo, luís. fui muito feliz numa relação com uma pessoa cujo género de música nada tinha de comum com o meu e bem-entendidas as coisas e as pessoas, encontra-se a música de ambos e fazem-se cedências como deve ser entre adultos civilizados... também gosto muito da minha professora primária que se chama cecília e que até hoje recordo por tantas vezes me ter chamado "distraída" :)

    beijinho grande*

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  6. Compreendo o que diz. A mim o mainstream também, com alguma frequência, me arrelia - especialmente quando os media dão voz a toda a espécie de grilos falantes, sempre de serviço, sempre prontos a opinar sobre o que quer que seja.

    Mas, tem razão: as generalizações às vezes são injustas e revelam algum desconhecimento dos factos. Maus, papões, grandes, poderosos e outro léxico que por vezes povoa os seus posts são carimbos que requerem alguma análise prévia antes de os apôr. Respeito a sua opinião, aliás acho-a até genuína mas eu, por exemplo, de forma geral até acho mais temíveis os sujeitos apagadinhos, subservientes, acríticos, ou os habilidosos, espertalhaços, homens do aparelho (seja qual for o aparelho)ou os sujeitos dogmáticos, sectários, pouco humildes.

    De qualquer forma, são tempos sombrios estes. É difícil ver muito claro em tempos assim.

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  7. como eu te entendo! eu ainda me lembro do nome da minha professora Emília..

    beij

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  8. sim, esse aspecto é o pior de todos, Luisa.

    percebermos que há quem seja capaz de mentir com o ar mais sério do mundo, por interesses mesquinhos.

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  9. o Marcelo é o "guru" da seita, Maria...

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  10. estão mais na linha do velho hábito de nos tomarem todos por "burros", Helena...

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  11. as vezes que lhes desligo a televisão no "focinho", Laura...

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  12. claro, Alice.

    não recordo do nome porque é um nome invulgar (era açoriana, e espero que seja...), o apelido era Raposo, o marido também era professor e tinha três filhos. o mais curioso é que lembro do nome deles: Vitor, Leonor e Cila.

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  13. G., e se nos tratassemos por tu?

    em relação ao "post" sobre os homens maus, tens razão, é mais uma questão de cáracter que fisica.
    a maior parte deles enganam (ou talvez não), não é por acaso que hoje desconfiamos de quem exagera nas falinhas mansas...

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  14. há professores e professoras que são um "doce".

    mas são tão poucos, Piedade...

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  15. Ahhh, eu até gosto das frases e citações, dão colorido ao discurso, simplificam algumas explicações e trazem o outro para o lado onde estamos. Suspeito que o problema é o mau uso, uso indevido e viciado de algumas ótimas frases. Aquela clássica observação "ouviu o galo cantar, mas não sabe onde" ainda vale, há quem cite sem saber do que se trata, e sobretudo sem saber de quem se trata e perde-se na falta de contexto. E contexto é tudo!

    E, já agora, eu adoro essa frase "não se ama que não ouve a mesma canção", Paixão é uma das primeiras músicas portuguesas que ouvi e que não era o fado ou o folclore dos meus pais e me traz doces lembranças.

    Bom fim de semana,

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  16. que boa surpresa,ver-te no largo, Lóri.

    a canção é bonita como quase todas as do Rui e do Tê, mas não deve ser levada à letra, é apenas uma canção...

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