Nunca é simples falar de política e políticos, sem cair na realidade, que não tem de ser "populismo". Muito menos misturá-los com "cultura"...
Tudo começou por uma conversa cá por casa sobre um programa televisivo de qualidade (se o compararmos com a banalidade e vulgaridade que enche as programações de praticamente todos os nossos canais...), "Primeira Pessoa", de Fátima Campos Ferreira. A convidada era a pintora Graça Morais, que a certa altura da conversa, ao passar pela realidade, refere-se ao facto de as pessoas que estão no poder serem bastante incultas e medíocres, e nas consequências diárias, que todos acabamos por sofrer, na carteira e não só.
O meu filho disse que talvez isso aconteça por qualquer pessoa achar que pode ser político, acrescentando que se fica com a sensação de que o maior grau de exigência desta função é a militância partidária. Ficámos em silêncio, por uns breves instantes.
A minha filha foi buscar o exemplo de Zelensky, que tem formação artística (era comediante antes de ser político...), e está a representar bem o seu papel como presidente da Ucrânia. Não percebi muito bem porque é que ela foi buscar este senhor para a conversa. Ela explicou-me que foi por ser alguém ligado à cultura. E isso obrigou-me a dizer-lhe que um agente cultural não tem de ser uma pessoa muito culta. Embora a profissão de actor ou de actriz devesse no mínimo obrigar essas pessoas a lerem bastante, mas não sei se isso acontece... E acrescentei que pelo menos Zelensky se estava a revelar um excelente actor, em qualquer palco, com muita "lata" e coragem. Mas continuava sem saber se ele era ou não, uma pessoa bastante culta...
Continuo a pensar que ser-se, ou não, culto, não está dependente da nossa profissão. Embora existam profissões que deviam exigir mais estudo e conhecimento (como é o caso dos professores e das pessoas ligadas ao mundo das artes e letras...), ou seja mais cultura. Mas isso nem sempre acontece...
Do que não tenho dúvidas, é que falta muita cultura, inteligência e competência a quem chega ao poder. Comunicar bem e estar à vontade em qualquer palco parecem bastar para se ser político, mas a realidade diz-nos que é muito poucachinho...
(Fotografia de Luís Eme - Caldas da Rainha)
Bom dia
ResponderEliminarSem querer entrar na política , o programa a que se refere ,é sem dúvida uma referência aos bons programas que passam na nossa comunicação televisiva .
Também não me passou despercebida a frase a que faz referência sobre as pessoas que estão no poder e a sua cultura.
JR
É uma entrevista/ conversa que nos dá a conhecer a vida e obra das pessoas, sem se entrar em dramatismos e exploração de sentimentos, como parece ser moda televisiva, Joaquim.
EliminarSe o que li há tempos foi de uma fonte fidedigna, Zelensky formou-se em direito, mas preferiu o palco, onde adquiriu “experiência” enquanto frequentava a faculdade. Foi o palco que o atraiu mais. Hoje é um líder à altura que, nitidamente, põe o seu país acima do seu bem estar e segurança. E quem disser o contrário é maledicente.
ResponderEliminarOs conhecimentos gerais estão a ficar cada vez mais gerais, abrangentes e práticos. Também esses fazem parte da cultura e não apenas a chamada cultura intelectual.
Não duvido de nada do que escreveste, Catarina, mas há muitas "zonas cinzentas" na Ucrânia e nos seus líderes políticos.
EliminarMesmo sem ter os dados todos também penso que Zelensky se está a comportar com grande dignidade perante o seu povo.
Catarina, acabei por não te responder em relação à "cultura intelectual".
EliminarNão falo dessa cultura, falo de teres conhecimentos para pensares pela tua própria cabeça, o que começa a ser difícil, com tanta manipulação e facilitismo.
Já te oferecem "pensamentos" e tudo, mas não cansares muito a "moleirinha". :)
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EliminarÓ Luís serão o Dr.Manuel de Arriaga (1°.Presidente da República Portuguesa) e o Zé Povinho os representados na estátua? onde é?
ResponderEliminarOu será o Bordalo Pinheiro.
ResponderEliminarÉ, exactamente o grande Rafael Bordalo Pinheiro, o criador do Zé Povinho, Severino.
EliminarEstão no centro da cidade das Caldas da Rainha, no começo (ou no fim...) da conhecida "Rua das Montras".