Esta expressão que não diz quase nada do mundo, diz alguma coisa da natureza humana.
Quem a costuma utilizar é um amigo poeta, talvez para se distanciar, para deixar bem vincado que gosta de ir à Lua e voltar.
Um dia falei-lhe sobre o pouco sentido da "frase-expressão", ele começou a sorrir e disse-me que devia andar mais atento ao mundo.
Depois explicou-me que eram muito mais os que queriam passar por espertos que os que não se chateavam nada de passar por parvos nesta bola pouco cristalina... mas ambos estavam a enganar-nos.
Mas depois acabou por me dizer, «não leves a sério a frase, é apenas poesia. Não te esqueças que na poesia pode-se tudo, até arrancar olhos.»
Só podia sorrir com uma resposta destas.
E fiquei a pensar que podia muito bem ter ficado calado, não querer saber, nem dar sentido, ao que "Não é... Mas podia ser..."
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
Quantas vezes não me fiz já de parvo para convencimento (e contentamento) daqueles que me estavam a tratar como parvo...
ResponderEliminarTodos nós fazemos isso, Severino, às vezes, estupidamente, só para não nos chatearmos...
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