Sei que o mundo dos livros e dos escritores nunca foi das coisas mais recomendáveis. Noto que a "inveja" e a "maledicência" andaram quase sempre misturadas com as palavras. Não sei se isso acontecia por o mercado ser pequeno, ou se por a "palavra" ter força suficiente, para ser utilizada como arma de arremesso contra os pretensos "inimigos".
É nas crónicas de jornal que reparo com mais frequência na capacidade de alguns autores, que mesmo quando escrevem para dizer bem de alguém, aproveitam, nem que seja numa só linha, para ajustar contas com alguém. Normalmente não são muito directos, enviam recados para a "capelita", que deixam o leitor comum com a "pulguita atrás da orelha", mas sem perceber muito bem a quem se destina a "mensagem"...
Mas os livros de correspondências, também são um bom indicador do tal ambiente estranho que se vivia, quando ser escritor ou poeta, era uma coisa que parecia ter algum prestígio social...
Hoje estas "batalhas de papel" travam-se mais entre jornalistas e cronistas (talvez por haver menos escritores a escrever nos jornais...).
(Fotografia de Luís Eme - Almada)
A dor de cotovelo é algo que roí muito por dentro!
ResponderEliminarO seu humano tem um ego muito forte que precisa ser alimentado, dificilmente alegra-se com as vitórias dos outros!
Quanto vezes ouvimos a frase "Ele teve sorte na vida"? Repare que as pessoas só chegam ao topo ou conquistam alguma coisa por sorte, porque teve padrinhos. Raramente o povo abre a boca para reconhecer o mérito e o trabalho de alguém.
Sim, mas isso também tem muito a ver com o tipo de sociedade em que se vive, Micaela.
EliminarA nossa sociedade finge que privilegia o mérito, mas não passa disso, de um "fingimento". Ou seja, quem gosta de "morder a língua" e de "deitar fora fel", têm muitos motivos de inspiração entre nós...