Vou voltar a escrever sobre as questões raciais, não nos EUA, mas no nosso País.
Faz-me confusão que as pessoas estejam muito preocupadas em falar do que aconteceu há quatrocentos e quinhentos anos, com o comércio de escravos, cheios de desculpas, com a promessa da construção de "memoriais", que dos problemas actuais. Gostava de ver os governantes preocupados, sim, em acabar de vez com os "jamaicas" e as "covas da moura", que se encontram em quase todos os concelhos que rodeiam a Capital.
Faz-me confusão que as pessoas estejam muito preocupadas em falar do que aconteceu há quatrocentos e quinhentos anos, com o comércio de escravos, cheios de desculpas, com a promessa da construção de "memoriais", que dos problemas actuais. Gostava de ver os governantes preocupados, sim, em acabar de vez com os "jamaicas" e as "covas da moura", que se encontram em quase todos os concelhos que rodeiam a Capital.
Mas enquanto continuarmos a ser um dos países mais desiguais da Europa, pouca coisa mudará e a discriminação social continuará a ser uma marca da nossa sociedade (como já escrevi por aqui, é um problema que atinge sobretudo os pobres, sem se preocupar muito com a sua cor de pele...).
Claro que não é preciso iludirmo-nos e fingir que não há racismo. Os pretos continuam a não ser tratados da mesma forma que os brancos, ponto final. Poderia dar exemplos nas escolas, nos bairros ou nos empregos, mas prefiro focar-me na justiça, onde são quase sempre tratados como "cidadãos de segunda".
Infelizmente as pessoas com a pele mais escura, se passarem à hora certa pelo local errado, são logo olhados como potenciais criminosos pelas forças de autoridade e pela justiça...
(Fotografia de Luís Eme - Monte de Caparica)
Mas haverá quem seja mais vítima de discriminação do que a gente pobre, sejam eles brancos, pretos, mestiços, amarelos, vermelhos?
ResponderEliminarTem tudo a ver com o sistema que nos rege!
É verdade, Severino.
EliminarUm bom exemplo era o que acontecia nos bons tempos angolanos, em que até estendiam uma passadeira vermelha na Avenida da Liberdade, para fazerem compras... O que interessava era a cor do dinheiro.
A pobreza é de todas as cores e igualmente discriminatória!
ResponderEliminarAbraço
A mais discriminatória, Rosa.
EliminarNeste mundo onde cada vez há mais pobres, mas continuem entretidos a destruir estátuas... os populistas fascistas agradecem, assim como os capitalistas.
Os dois comentadores que me antecedem já expuseram o que penso.
ResponderEliminarAbraço, saúde e bom domingo
Abraço, Elvira.
EliminarEu acredito que se há racismo está muito ligado com às desigualdades sociais e à pobreza.
ResponderEliminarPara mim é muito complicado comentar algo que não faz parte da realidade à minha volta, mas por aquilo que vou assistindo, eu vejo pretos e pretas no topo, alguns são figuras públicas. Este não devem ser vítimas de racismo, agora se forem pobres até podem ser, mas isto penso que acontece com brancos e pretos! Fala-se muito na escravatura negra, mas ao longo da história sempre houve escravatura branca. Os Judeus, na Bíblia considerado o povo de Deus, foi durante muitos anos escravos no Egipto! Nas guerras entre os reinos, o povo do reino vencido ficava muitas vezes escravo do povo do reino vencedor! A falta dos direitos humanos é algo que afecta tantos os pretos como os brancos!
É verdade. As pessoas só ligam aos populistas e ao racismo, quando começam a viver com dificuldades e em vez de associarem isso ao capitalismo, associam aos outros pobres, com cores e credos diferentes, Micaela.
EliminarPobre ignorância...