quarta-feira, janeiro 15, 2014

O Ruca e os Pianos que Dançam


O Ruca nunca quis ser um músico clássico, foi por isso que fingiu que não tinha talento e conseguiu convencer os pais a abandonar as aulas da professora Beatriz.

Eles estavam longe de imaginar que nesses tempos já ensaiava umas notas jazzisticas na casa do Fernando, que tinha vontade de criar uma "jazz-band".

Nunca disse nada aos pais, nem mesmo quando se começou a esgueirar às quintas, onde animava um restaurante, que a partir das onze se transformava em "piano-bar".

Sem nunca se esquecer do curso de direito, continuou a tocar sempre que era desafiado. 

Sentia-se extremamente livre longe dos "clássicos", ao ponto de se achar mais músico de circo - o que quer que isso fosse - que de salão.

Ainda hoje é assim, no bar da Matilde, onde adora colocar o boné de lado e imitar o estilo dos pianistas extrovertidos dos "sallons" do Oeste, conseguindo colocar toda a gente aos pulos...

Uma vez disse-me que um bom piano para ele, tem de desafinar e dançar.

O óleo é de Lima Junior.

2 comentários:

  1. Pois. Nem sempre entendemos os artistas, o que não quer dizer que sejamos nós e não eles os que estão certos.
    Um abraço e uma boa semana

    ResponderEliminar