terça-feira, março 12, 2013

A Outra Escola, do Tempo dos Analfabetos...


É uma alegria andar por aí na rua e sentir a companhia das palavras dos outros, que decidem vir ter comigo, quase misteriosamente, sem que tenha realizado qualquer pedido ou passeie na rua com as "orelhas no ar"...

Não sei se isto acontece por ter algum sentido desconhecido mais apurado ou simplesmente pelo facto de  caminhar livremente nesse momento, sem preocupações na cabeça (embora seja raro, também acontece...). Inclino-me mais para a segunda hipótese.

Vamos lá então às palavras. Dois homens que podiam ser meus pais, falavam e sorriam, ao recordarem a escola do seu tempo, em que as reguadas eram o pão nosso de cada dia e o principal auxiliar de memória do professor. Desculpavam todos aqueles que faziam "gazeta" à escola, tantas vezes transformada num "campo de tortura".

Nesse tempo não havia espaço para a psicologia, nem tão pouco a preocupação de tentar compreender o porquê da "burrice" de alguns alunos. Aquele pedaço de madeira "milagroso" resolvia todos os problemas. Até conseguia afastar os alunos "indesejáveis" das salas...

Nunca tinha olhado para este problema com esta "violência", nem pensado que muitos dos professores desses tempos tinham a sua quota parte de culpa nos altos índices de analfabetismo no nosso país...

O mais curioso é haver quem tente comparar a escola desses tempos com a dos nossos dias. Eu sei, a ignorância sempre foi, e continua a ser, atrevida...

O óleo é novamente de Jim Daly.

6 comentários:

  1. E o gostar da escola e de estudar (ou não), sempre teve um dedo do professor da primária.

    Eu era bom aluno passei ao lado das reguadas, mas havia companheiros que ficavam com as mãos a arder e sem vontade de voltar.

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  2. sim, sem dúvida, "Mar Arável".

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  3. tudo na vida funciona assim, Adriano.

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  4. Lembro-me no meu tempo de uma "menina de 5 olhos" que a nossa professora usava às vezes. Era uma espécie de bolacha de madeira com 5 buracos e um cabo.
    Quando ela batia com força no sítio dos buracos as nossas mãos ficavam com umas marcas e muitas vezes até sangravam. Mas ninguém se queixava.
    Aliás era costume os pais entregarem os filhos à professora com a seguinte frase. "Aqui fica o/a cachopo/a. Se ele/a se portar mal chegue-lhe a roupa ao pêlo. Desde que não lhe parta nenhum osso, nunca as mãos lhe doam." Ouvi isto da minha mãe no primeiro dia de aulas, ouvi da minha tia, quando a minha prima entrou na escola e ouvi de mães de colegas.
    Um abraço e bom fim de semana

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  5. ainda bem que as coisas mudaram, não é à reguada que se fazem melhores. alunos, pelo contrário, Elvira.

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