quarta-feira, janeiro 09, 2013

As "Meninas" de Viseu


As "Meninas" de Viseu têm contrariado os parâmetros que estavam definidos para a sua actividade (ainda que clandestinamente...) , naquela que chamam a mais velha profissão do mundo (nunca percebi muito bem porquê...).

Com alguma coragem afastaram-se da tradicional prostituição de salão e de quarto, privada e anónima, que sempre procurou estar debaixo do mesmo tecto do lema, "vícios privados virtudes públicas", tão ao gosto das sociedades hipócritas. 

Não sei se foi pela crise de mercado ou por outra razão qualquer, que decidiram começar a publicitar o seu objecto de trabalho na "montra", ou seja através das janelas dos seus apartamentos.

Provavelmente se morasse na mesma rua deste agora bairro "vermelho", não deveria achar muita piada a este exibicionismo (que não é gratuito...), até por ter dois filhos menores.

Mas esta não é a questão principal. A questão principal é a forma como se continua a tratar uma profissão que sempre existiu e que não faz muito sentido continuar a tratar como um "mundo à parte" da sociedade.

E não me venham dizer que se deixar de ser um "fruto proibido" deixa de ser "apetecido". Os exemplos da Holanda, Alemanha e França, dizem que não é preciso continuar a alimentar esta farsa.

O óleo é de Andrew Wyeth.

6 comentários:

  1. Vi a Notícia na televisão. Pensei como é que seria viver num prédio em que não pudesse ir à janela sacudir um tapete ou ir deitar fora o lixo, sem correr o risco de ser mal interpretada por uma fila de homens lá fora e brinquei com a minha mãe sobre isso. Para quem mora lá, não deve ser fácil e para as mulheres que têm esta profissão, também não.

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  2. Quem diria que na cidade do Viriato se assistiria a tal.
    Já lá vi tanto, mas disto não.

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  3. Também não entendo o epíteto de ser a mais velha profissão do mundo!
    Será que Adão teve que pagar à Eva? :-))
    Consegues arranjar sempre quadros duma espantosa beleza para acompanhar os teus textos!

    Abraço

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  4. essa tua análise (e pensamento) é bastante pertinente, Gábi.

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  5. sim, ainda por cima uma cidade que se julga "grande", nas beiras, Laura.

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  6. pois, Rosa.

    gosto de arte. é isso.

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