sábado, fevereiro 13, 2010

Os Jornais Com e Sem Sobressaltos

José Cardoso Pires falou assim da imprensa durante a ditadura salazarista e marcelista, no seu extraordinário romance, "O Delfim":

«São jornais sem sobressaltos, é o que se pode dizer deles, lendo-os. E é o que eles nos dizem a nós, suando. Foram tão escorridos, tão lavados pela censura, que sujam as mãos.»
Hoje acontece exactamente o oposto, digo eu. Provavelmente liberdade a mais, apesar das frases trágico-cómicas de Rangel, Crespo, Manuela, Zé Manel e companhia:
«São jornais com tantos sobressaltos, é o que se pode dizer deles, lendo-os. E o que eles dizem a nós, suando. Foram tão imaginativos, tão extremados pelos jornalistas da sensação, que sujam as mãos.»

A gravura é de José Dias Coelho, artista plástico militante do PCP, assassinado cobardemente pela PIDE, no começo da década de sessenta do século passado.

4 comentários:

  1. extraordinário mesmo, também li.

    e muito se poderia dizer sobre as redundantes " performances" da imprensa...

    _______

    beijos Luís

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  2. Tenho que reler esse extraordinário Delfim...
    Agora já há quem diga que afinal há liberdade de expressão, só que a imprensa está condicionada...
    Estamos ou não num Estado de Direito?
    O que se diz para, quando se está longe de se ser um Político, se dar nas vistas...
    Em todo o caso há coisas que têm que ser esclarecidas, quer a oposição as aceite ou não!

    Abraço

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  3. tanto, tanto, Maré.

    e tão pouca isenção...

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  4. esta gente deixa-nos todos confusos, com as suas manipulações e falsidades, Rosa...

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