A maior parte dos sonhos são tão confusos e estranhos que não os conseguimos decifrar. Raramente sonhamos de uma forma próxima da realidade.
Esta manhã acordei com um sonho esquisito, mas completamente visível. Vi quase tudo, ainda que com laivos hiperrealistas ou surrealistas.
Estava meio perdido numa estrada de asfalto, com buracos e lama. Conduzia um carro desportivo que no início tinha um volante de mota, que se foi arredondando com o desenrolar das aventuras, da mesma forma que o "ferrari" se transformou num todo-o-terreno.
Numa das estradas fui-me cruzando e desviando de uma série de ciclistas, provavelmente de BTT, eram homens e mulheres com rostos indecifráveis.
Depois de os passar voltei a sentir-me perdido, mas confiante. Sabia que aquela estrada teria de ir dar a algum sitio, embora a gasolina já não abundasse.
Finalmente desemboquei numa estrada estreita de alcatrão. Tinha de escolher um destino e escolhi o pior, pois poucos quilómetros à frente descobri um portão de ferro e uma rede que fechavam a estrada, com uma placa grande que dizia propriedade privada. O curioso era a estrada continuar, apenas estava fechada pelo capricho de alguém. Haviam casas à volta, sai do carro e fui falar com alguém que me apontou a casa do dono daquelas terras. Antes de lhe virar costas, este aconselhou-me a voltar para trás.
Continuei em direcção à tal casa. Descobri um homem mal encarado que me esperava. Tive a gentileza de não o tratar por amigo, pois só travámos conhecimento neste sonho.
Depois acordei...
Como queria saber o resto do sonho, fiz um esforço para adormecer e voltar àquela estrada vedada.
O homem ainda lá estava. Falámos e ele contou-me que as terras eram dele e só abria o portão quando o estado lhe pagasse o que devia das expropriações das suas terras. O estado, sempre ele na ordem do dia, até nos sonhos.
E claro, tive de voltar atrás, naquele lugar tinham acabado há algum as borlas e os almoços grátis...
Nota: Embora estivesse de olhos fechados, tenho dúvidas se ainda estaria a sonhar na parte final do sonho. Em relação à história, não tem pés nem cabeça, mas os sonhos são assim mesmo. Embora o programa "Nós por Cá", da SIC, nos apresente histórias familiares...
A ilustração é de Peter Howson.
eu, que não sou nada Freudiana, ainda acho curioso como nos "entendemos" com as memórias que vamos arquivando.
ResponderEliminarporque será que os portões se fecham a interromper caminhos? :)
e agora que falas em sonhos --- há que tempos eu não sonho!
e "nós por cá", somos a soma de situações caricatas.
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beijos Luís
também não me lembrava de sonhar há muito tempo, Maré.
ResponderEliminaros sonhos são o que mais se parece com a pintura, sendo na maior parte das vezes, abstractos...
é um dos meus programas favoritos, mostra o verdadeiro retrato deste país :) também tenho dúvidas se estarias ou não a sonhar... beijo*
ResponderEliminarna primeira parte estava, apesar de conseguir "apalpar as coisas", Alice...
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