segunda-feira, fevereiro 08, 2010

Burka, Não Obrigado!

Nos últimos tempos tenho lido coisas estranhas sobre a proibição do uso do véu e da burka em França. Algumas mulheres, inteligentes e crescidinhas, em nome da Liberdade, têm questionado esta lei, defendendo o uso da burka para quem o desejar, mesmo sabendo que é um hábito que viola a liberdade das mulheres muçulmanas.

Para mim (embora admita que a comparação possa ser excessiva), ser contra a lei que impede o uso da burka, em nome da liberdade da mulher, é quase como ser contra a violência doméstica, acrescentando a cláusura, de que esta é aceitável, quando ela é praticada contra mulheres que gostam de levar pancada, alienadas pelo faduncho, «quanto mais me bates, mais gosto de ti.»
Como muito bem disse a Inês Pedrosa na sua "Crónica Feminina", da última revista Única: «A burka é um enxovalho para todas as mulheres e homens que se vêem como seres livres e iguais.»

12 comentários:

  1. É um enxovalho para todas as mulheres...claro que é, mas... á luz da nossa cultura.
    O caso é complicado em França quando há franceses de origem muçulmana que pretendem usar os costumes dos seus antepassados.
    Como legislar?

    Um abraço!

    ResponderEliminar
  2. felicito-me por não ter nascido numa cultura exige uma farda... um beijinho, luís.

    ResponderEliminar
  3. Aqui está um assunto que dará muito mais que falar. Não foi um ministro australiano que disse mais ou menos isto: Ou se integram na nossa sociedade ou então regressem de onde vieram porque ninguém os chamou para aqui.
    Algumas mulheres muçulmanas defendem o uso da burka. Na minha opinião é porque tem sofrido lavangens cerebrais desde que nasceram. O Corão, segundo se tem lido, não exige o uso da burka ou do niqab. Há sempre fundamentalistas em todas as religiões.
    Se nós, mulheres, visitarmos os seus países “obrigam-nos” a usar um lenço na cabeça!... Pela mesma ordem de ideias.....
    Bem espero que o uso deste tipo de vestuário seja proibido em todos os lugares público.

    ResponderEliminar
  4. entendo perfeitamente o "teu ponto de vista" Luís. o teu, da Inês e de milhões de pessoas. já pensei muito na questão. mas acredito que a abertura não passa pela rigidez da legislação. penso ainda que pode ter um efeito contrário se os muçulmanos a entenderem como uma afronta à sua cultura religiosa.
    Observei durante algum tempo uma comunidade muçulmana nas ruas de Antuérpia e mais tarde em Espanha o comportamento de mulheres perfeitamente cultas e "ocidentalizadas" e vi a forma como encaram o seu uso: como uma pele, parte da sua identidade.


    _______

    e mais um beijo garnde Luís

    ResponderEliminar
  5. Maré, parece que o uso das burkas tem origem cultural e não religiosa.
    Até por uma questão de segurança o seu uso deveria ser abolido em espaços públicos. Mas parece que a sua abolição poderá ser ou é mesmo inconstitucional. Algo tem que ser feito. As pessoas devem ser sensibilizadas. Já imaginou uma senhora de burka a conduzir? Eu já vi. Com burka, que tem aquela parte rendada para os olhos. O niqab deixa os olhos a descoberto tal como esta foto que o Luís escolheu. Antes do 11 de Setembro, eu apenas desaprovaria porque associaria apenas a subjugação, falta de liberdade, et cetera. Agora não. Agora há o receio. Há a falta de segurança que se sente em determinados locais. Conheci uma médica dermatologista que a certa altura deixou de aceitar pacientes que usassem burkas, niqab e todos aqueles fatos compridos de diferentes origens. Nem se importou que a sua atitude lhe causasse problemas relacionados com descriminação. Em conversa explicou-me as suas razões. Esta senhora já faleceu há uns anos. Sei que levou a sua avante!!!

    ResponderEliminar
  6. pois é, Carlos, só que nós nos seus países temos de nos sujeitar às tradições e leis...

    como o álcool, nem vê-lo...

    e seguimos em frente, ou então não viajamos para o Médio Oriente...

    ResponderEliminar
  7. e felicitas-te muito bem, Alice.

    ResponderEliminar
  8. exactamente, Catarina.

    porque razão só eles é que impôem as suas regras e leis, a quem chega de fora?

    ResponderEliminar
  9. não entendo como afronta, Maré, apenas como respeito às regras e leis do país que escolhemos para viver...

    se formos para outro país, nós é que temos de nos adaptar, não vão ser os nativos...

    ResponderEliminar
  10. especialmente por razões de segurança, Catarina.

    quem nos garante que é uma mulher que se esconde debaixo de uma burka?

    ResponderEliminar
  11. Catarina e Luís, entendo perfeitamente os pontos de vista comuns e, o que defendo, não difere em nada da vossa opinião. Sei, no entanto, o que a pedagogia me diz, no que diz respeito a uma imposição/proibição quando é isolada. Trabalhei durante muito tempo em voluntariado com comunidades ciganas e imaginem-me a chegar e impõr a proibição das vestes pretas e compridas, os lenços na cabeça, etc, etc... há costumes que são de autêntica subserviência que só se reeducam com trabalho de campo profundo, empenhado e moroso, incrivelmente moroso. Toda e qualquer alteração a fazer, ainda que lhes seja benéfica, não é reconhecida à luz dos seus costumes e é vista com desconfiança e como agressão.
    Para se chegar próximo do ideário da igualdade e liberdade de todos os seres humanos o trabalho é longo e penoso.

    _____

    um beijo a ambos

    ResponderEliminar
  12. tens mais bom senso que nós a lidar com esta questão, Maré...

    ResponderEliminar