«Do meu grupo de amigos fui o único que fui à "guerra", fui o único que fiz parte de uma tropa especial. Isso tornou-me vaidoso, parecia um pavão e olhava com sobranceria para os meus companheiros, que se limitaram a fazer parte da logistica do exército, sem tempo e vontade para brincarem às guerras.
Hoje sinto vergonha da minha figura, de peito inchado, nas fotografias e na rua, mas nessa altura sentia orgulho em ser um deles, em fazer parte do clube dos "guerrilheiros" no mato e na cidade.»
um testemunho que respeito ao mesmo tempo que em mim existe um carinho especial por todos que fizeram parte dessa tropa especial. a força era maior que a vontade...
ResponderEliminarjá muitos anos se passaram, era na altura uma catraia, indagava-me sem ter coragem de perguntar, o porquê do meu pai não ter sido tropa, tendo eu nascido em terras de áfrica. cresci uns anitos e entendi , pela educação e a maneira de estar que tinha em casa.
fiquei orgulhosa quando descobri...
isso fez com que o meu respeito tivesse aumentado por todos quanto combateram
um beijo a um desses tios e o meu eterno reconhecimento
o meu abraço a ti que me fazes recordar momentos que passei.
lena
Sobre esses tempos há em mim opostos que se unem. Respeito-os sempre.
ResponderEliminarAndei por lá, também, mas escapei por um cabelo à "exportação" para a Guiné. Estava mobilizado com viagem marcada quando se deu o 25 de Abril... E depois foi a grande e feliz confusão!
ResponderEliminarpercebo bem os sentimentos desse tio...
gostei muito desta fotografia. és tu? :) beijinhos.
ResponderEliminare eu, do que me recordo desse tempo da guerra, foi ver três mães da minha aldeia completamente desfeitas a receberem os corpos dos filhos mortos em Moçambique. era pequenita e nada ou quase nada entendia de lutas para manter o "império", mas achava que nenhuma mãe deveria ser sujeita a tal sofrimento.
ResponderEliminarvi miudos casarem, na esperança "safarem à tropa"...
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beijos Luís
foi um tempo que deixou muitas marcas, Lena, escondidas e esquecidas...
ResponderEliminarem mim também, Helena...
ResponderEliminare a Guiné era o lugar mais perigoso, Méon...
ResponderEliminarclaro que não, Alice.
ResponderEliminaré de Africa mesmo.
eu também me lembro do primeiro morto na guerra próximo, o Mário, amigo de outro meu tio (fiz um "post" sobre ele nas "Viagens").
ResponderEliminarera muito alegre e levou-me tantas vezes às cavalitas...
mas ele sentiu que não voltava de África, disse-o ao meu tio, antes de partir...
foi uma dor enorme para a aldeia onde viviam os meus avós maternos, onde toda a gente se conhecia.