"Um Barco para Itaca", de Manuel Alegre, veio-me ter às mãos. Por ser curto e estreito li-o quase numa penada.
Gostei muito do poema "O Poeta", que transcrevo:
Quando um homem se põe a caminhar
deixa um pouco de si pelo caminho.
Vai inteiro ao partir repartido ao chegar.
O resto fica sempre no caminho
quando um homem se põe a caminhar.
Fica sempre no caminho um recordar
fica sempre no caminho um pouco mais
do que tinha ao partir do que tem ao chegar.
Fica um homem que não volta nunca mais
quando um homem se põe a caminhar
Vão-se os rios sem margem para o mar.
Ai rio da memória: só imagens.
O mais é só um verde recordar
é um ficar (sem as levar) nas verdes margens
quando um homem se põe a caminhar.
(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)
Quando nos pomos a ler Manuel Alegre é como se ele dissesse tudo o que o nosso coração guarda. É lindo o poema desse livro que também possuo.
ResponderEliminarUma boa semana, Luís.
Um abraço.
É, e muito real, Graça.
EliminarGosto imenso da poesia do Manuel Alegre.
ResponderEliminarGostei do poema, de um livro que nunca li. Só tenho O canto e as armas e a Praça da Canção.
Abraço e uma boa semana
Também são bons livros, Elvira.
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