Viajar não é a mesma coisa que andar por aí, nunca foi. Mas nem sempre damos por isso. São as chamadas distracções do quotidiano...
Viajar é partir, procurar outras paragens. Puder olhar, cheirar, tocar e sorrir a outras coisas, mesmo que essas coisas sejam pessoas.
Mas partir mesmo, até porque nunca foi tão fácil e barato andar por aí à volta do mundo.
Sei que nem tudo é agradável, os aeroportos parecem centros comerciais ao fim de semana, para pior. Os aviões parecem comboios, daqueles que nunca chegam a horas a sítio nenhum. Mesmo assim, as pessoas fazem filas para embarcar, ainda que seja num "avião-autocarro" (e as viagens de pé, estão quase...), porque fica mais em conta.
O barco podia ser uma boa alternativa, se estes também não tivessem sido transformados em "cidades", que transportam e dão abrigo a reformados endinheirados, que navegam para Norte e para Sul, por esse mundo fora.
Até me lembrei se a mochila com que fiz o "inter-rail" em 1985, ainda existia. Talvez, lá para os cantos do sotão da casa dos pais... Antes já pensara que não é possível viajar como nesse tempo (passaram quase 35 anos... o tempo não perdoa). A liberdade entretanto também é outra coisa...
Transformámos quase tudo (nem sempre para melhor), é por isso que viajar também é outra coisa (cada vez mais material e menos espiritual)...
(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)
Viajar.
ResponderEliminarPorque para além de tudo, há o prazer de regressar.
Quando viajar era encher um saco, partir e fazer encontros, cheiros de hortelã, sítios que ainda não tinham sido destruídos.
Como o tempo em que zarpávamos em busca de tordos fritos com muito alho. Já não há tordos e existe gente que clama que isso é um crime horrendo.
Mas para onde caminhamos, afinal?
Sempre para casa.
Pois... Sammy.
EliminarLembrou-me do prazer hoje proibido de fazer "campismo selvagem" no Gerês e uma das primeiras coisas que fazíamos, depois de acordar, era nadar até quase ao meio da barragem.
A sociedade aparentemente é mais "higiénica", mas as aparências sempre tiveram muito que se lhe diga...
Tudo é outra coisa e nós também já não somos os mesmos!
ResponderEliminarAbraço
Pois não, Rosa. Começamos a ser outra coisa. :)
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