sexta-feira, novembro 08, 2019

Heroísmo é Outra Coisa...


O Presidente da República chamou heroísmo, ao acto de um homem, "sem-abrigo", que ao ouvir o choro de um bebé, acabou por se aproximar de um "ecoponto" de embalagens e retirou um recém-nascido, sem qualquer peça de roupa e pediu ajuda médica. Hoje soube-se que fora depositado lá pela mãe, uma jovem de 22 anos, também ela, sem-abrigo, pouco tempo depois de dar à luz, em plena rua, sem qualquer apoio.

Eu chamo-lhe apenas humanismo, o acto deste homem. E não consigo ver nada de heróico no seu gesto, tal como no técnico do INEM, que não fez mais do que aquilo que é a sua função, prestar os primeiros socorros a quem sofre qualquer acidente, antes de o transportar para o hospital.

Acho que nem é bem o País, é mais o Presidente (e as televisões, claro, todas), que vive sedento de "histórias" e de "super-heróis" (deve ser por isso que gosta tanto de dar medalhas...).

(Fotografia de Luís Eme - Tejo)

6 comentários:

  1. Subscrevo, Luís e também pensei falar do assunto!

    Abraço

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  2. Tem razão, Luís! Não foi um acto heróico o gesto daquele homem quando resgatou a uma morte certa a vida daquele pequenino e indefeso ser. Os actos heróicos são aqueles em que os seus autores arriscam a própria vida em prol de alguém ou de uma causa. Mas, são os pequenos gestos, feitos com altruísmo e sentimento humanitário, que engrandecem o ser humano.
    A indiferença e o egoísmo matam. Poderia ser sido isso a causa da perda de uma vida.

    Quem sabe o nosso Presidente da República também tivesse pensado assim, quando classificou o acto do salvador do menino?


    Bom fim de semana.

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    1. Claro que não se deve banalizar este gesto humano, Janita, de se tentar salvar uma vida, numa situação muito particular.

      Não penso que o Presidente se tenha focado apenas no altruismo, há valores mais altos para ele, como a popularidade e os holofotes, que alimentam o seu dia a dia (e as selfies, claro).

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  3. Penso exactamente o mesmo, Luís.

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    1. Este nosso país é um sobe e desce de emoções, Isabel. :)

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