quarta-feira, março 12, 2014

Os Domingos Beatos


Há muito tempo que não passava ao domingo perto de uma igreja. Para me deixar ainda mais surpreso, não passei ao lado de uma capela qualquer, já que se tratava de uma paróquia de uma zona elitista, como se podia comprovar pelas roupas bonitas, deles e delas, além dos sorrisos quase cristalinos.

Antes de passar pelo monte de gente que ainda se agrupava em frente da igreja a confraternizar, cruzara-me com um dos secretários de estado desta espécie de governo acompanhado da família e também com um banqueiro conhecido, e claro, a família (mãe, tia e tudo...).

Continuei a marcha sem paragens, cada vez mais certo que aquele não era de certeza o meu culto. Apesar de baptizado era cada vez menos católico. 

Estava cada vez mais longe de me rever naquela gente, capaz de passar a semana toda a lixar (para não dizer outra palavra...) o próximo, para depois, ao domingo, tomar banho de imersão com sais, vestir uma fatiota vistosa e aparecer na igreja com ar compungido, preparados para tirar a outra sujidade, menos visível com as orações que sabem de baixo para cima e de cima para baixo. E sem se esquecerem de deixar uma nota razoável a quando do peditório, para no fim  da missa saírem dali felizes, "perdoados" de todos pecados...

E nem vou falar dos padres, que querem que sejamos muito "humildes e bonzinhos"...

4 comentários:

  1. Pois... Os judeus levavam o tempo no templo a bater com a mão no peito, e mataram Cristo.
    Um abraço

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  2. talvez tenha sido forte demais esta "posta", Elvira.

    mas deixei de ter paciência para falsos moralistas.

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  3. sem qualquer dúvida, Graça.

    tratam-nos como se fossemos diferentes deles, estivéssemos na cave.

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