A canção que popularizou António Mourão, em que ele pede o impossível, que o tempo volte para trás e lhe dê tudo o que ele perdeu, é isso mesmo, uma letra de canção.
A realidade é outra coisa. O tempo muda quase tudo, e mal de nós se ficarmos presos ao passado...
O rapaz que estava na fotografia era eu, mas não era quem estavam à espera. Nem eles eram quem eu recordava.
Fiquei com a sensação de que sabia mais coisas sobre o tempo que eles, como se tivesse vivido mais. Mas não, o tempo que nos separara era igual. Deveria sim ter lido mais livros e assistido a mais filmes que eles.
Mas não falei disso. Eles não iam acreditar no que os livros nos podem ensinar e fazer. Nem deviam gostar dos filmes que nos fazem pensar.
Ainda teimaram que sim, era eu, quando lhes disse: «esse não sou eu.»
Desta vez a fotografia não é minha. É da Gena de Souza.
Agora falas por enigmas! Ai de mim, meu caro watson! :) esse rapaz és tu mesmo! Com o cabelo mais curto do que aquele que usavas quando nos encontramos no cacilheiro, mas tu sim, como apareces por aqui e com certeza cheio de muitas ideias que se destilam e nos encantam por aqui.
ResponderEliminarBeijinhos, Luis!
Tens tu razão, mas o Antonio Mourão ainda ecoa-me nos ouvidos e lembro da primeira casa em que morei com meus pais, e dos discos da Amália, no sótão, de 78 rpm, que ficaram esquecidos por causa dos LPs 33rpm como o do Mourão.
Vida - coisa que o tempo remenda, depois rasga.
ResponderEliminar|Guimarães Rosa - Estas Estórias|
abç
Adorei a citação! o bom e velho Rosa! Ou seria o contrário, rasga e depois remenda? Tou nessa!
ResponderEliminartenho dias, Lóri. :)
ResponderEliminarainda hoje gosto de ouvir estas coisas antigas.
comprei o CD "Canoas do Tejo" do Carlos do Carmo e fiquei maravilhado por ele em 1972 cantar fado com orquestra não com a tradicional viola e guitarra.
é verdade, Margoh.
ResponderEliminarO tempo é um grande mestre. Ele ensina quase tanto quanto os livros amigo. Pena que na maioria das vezes estejamos cegos e surdos ao que ele nos mostra.
ResponderEliminarUm abraço
não tenho dúvida disso, Elvira.
ResponderEliminaràs vezes escrevo de uma forma quase "surrealista", pelo menos para quem me lê.
o que eu queria dizer, era que eu, depois dos cinquenta, não era o adolescente que estes meus companheiros recordavam... tinham passado por nós muitos invernos e primaveras...