Estamos de tal forma "adaptados" aos sons urbanos, que não achamos o silêncio, silêncio, normal.
Nunca como hoje houve tanta gente a viver sozinha. Raramente é uma opção feliz, mesmo que seja voluntária. Talvez seja por isso que assim que muitos destes solitários chegam a casa, uma das primeiras coisas que fazem é ligar a televisão ou o rádio, para "terem gente" em casa.
Não sei se é fobia, ou outra coisa qualquer, mas há mesmo quem tenha medo do silêncio...
Eu cresci num tempo em que existiam "quartos escuros" (falo disso nas minhas "Viagens pelo Oeste"...), "papões", etc. Ou seja, era mais fácil ter medo de muitas coisas. O regime também gostava de impor o "medo", assim como o "respeitinho", que era uma coisa muito bonita nesse tempo...
Lembrei-me destas coisas todas ontem à noite antes de me deitar. Quando desliguei a televisão, gostei tanto de sentir o silêncio em casa...
Sei que eu não sou exemplo para ninguém, pois gosto do silêncio e até da solidão (é quando estou só que penso mais nas coisas, que me surgem mais ideias a pedir para serem passadas para um papel qualquer...).
Mas compreendo as pessoas que têm medo do silêncio. As pessoas que muitas vezes quase que são forçadas a viverem sós e precisam das vozes da telefonia ou da televisão para lhes fazerem companhia.
De solidão não gosto, e quando tive que viver sozinha 8 meses, era um tormento, parece que as paredes me iam esmagar a qualquer momento. Mas quando estou só por algumas horas em casa nunca ligo o rádio, não o faço à anos e a maior parte das vezes também não ligo a TV. Também gosto do silêncio para ler, para escrever etc.
ResponderEliminarUm abraço
Gosto de estar sozinha, sabendo que não será por muito tempo! :)
ResponderEliminarAqui em Lisboa não consigo ouvir o silêncio...o apartamento não tem vidros duplos!
Abraço
Direi mais, muitas vezes é o medo de estar só consigo próprio.
ResponderEliminarQue seria de mim sem o silêncio!Preciso de momentos sozinha quase como do ar que respiro :)
Abraço
sim, a solidão não é sinónimo de silêncio, Elvira.
ResponderEliminaras grandes urbes são terríveis, roubam-nos os sons e até as imagens, Rosa.
ResponderEliminarquase que nem se conseguem ver as estrelas...
és como a mim, Rita. :)
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