A avó da Rita aproveitou a minha presença para falar da sua dor mais forte: ter sido forçada a abandonar o Bairro Alto, lugar onde viveu quase cinquenta anos e onde nasceram e cresceram os seus filhos.
Confessou que nem nos piores tempos das "meninas" e dos seus "diabos protectores", se viveu com tanta insegurança nas ruas. Lamentou ainda a existência de tanto "cão vadio", capazes de mijar em todos os cantos, tornando o ar matinal irrespirável.
Mais perigoso que o cheiro daquele "urinol a céu aberto", só os vestígios de "batalhas campais", deixados nos passeios. Tanto vidro partido, acabou com as poucas crianças que se viam nas ruas...
Ela sabia que os comerciantes e empresários pagavam mais impostos que os moradores à Câmara, mas interrogava-se: «será que os autarcas não percebem que estão a "matar" o Bairro, cada vez mais despovoado, como grande parte dos lugares históricos e típicos de Lisboa?»
Foi ainda mais longe: «as cidades não podem viver apenas à noite, não podem ser habitadas apenas por "zombies".»
Foi ainda mais longe: «as cidades não podem viver apenas à noite, não podem ser habitadas apenas por "zombies".»
E tem toda a razão a avó da Rita mas o vil metal estraga tudo...até o direito a permanecer onde sempre se viveu!
ResponderEliminarAbraço
é uma tristeza, mas a diversão nocturna, finge que a noite é como o dia, são poucos os que dormem, Rosa. :(
ResponderEliminarObrigado pelo texto! Um abraço de quem sofre muito com isto tudo...
ResponderEliminaré uma realidade triste e absurda.
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