Tenho falado com várias pessoas sobre essa "coisa" que se chama diário e que por vezes também acaba por ser transformado em livro.
Apesar dos bons exemplos de Miguel Torga e Vergilio Ferreira (registos bastante úteis por retratarem um tempo), as palavras publicadas acabam por ser escolhidas, passando pelo crivo do autor, transformamdo-se invariavelmente uma coisa diferente, mais "doce" e também mais literária.
Uma das coisas que normalmente desaparecem são os textos mais polémicos e contraditórios, que por serem tão verdadeiros e sentidos não cabem na chamada "literatura" (a excepção são as habituais "alfinetadas" a alguns inimigos de estimação, mas quase sempre veladas).
Embora umas vezes acordemos virados ao contrário, com vontade de partir "pratos", outras acontece-nos o contrário. Há mais serenidade, uma vontade imensa de viver...
Sinto que este desiquilibro natural é demasiado discreto nos diários.
Embora umas vezes acordemos virados ao contrário, com vontade de partir "pratos", outras acontece-nos o contrário. Há mais serenidade, uma vontade imensa de viver...
Sinto que este desiquilibro natural é demasiado discreto nos diários.
O óleo é de Davide Puma.
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