quarta-feira, junho 06, 2012

A Descoberta do Rosto


Cruzei-me com Herberto Helder duas vezes. 

A primeira vez aconteceu no interior de um café, nas proximidades do Bairro Alto,  onde já tinha entrevistado duas pessoas que "tertuliavam" por ali (Baptista-Bastos e António Anjos). Inocentemente quis acreditar que não haviam duas sem três. Herberto Helder recusou-se amavelmente, disse-me o que era corrente, não dava entrevistas, com ponto final.

A segunda vez que o vi, foi na rua D. Pedro V, cruzámo-nos sem qualquer palavra. O mais espantoso desse encontro foi a Lília desabafar que não encontrava qualquer ligação entre as suas roupas (demasiado sóbrias...) e a sua poesia. 

Ri-me, naturalmente. Por saber que uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa...
Ainda lhe perguntei qual era a cor da poesia do Herberto Helder  e ela disse-me que era lilás...

6 comentários:

  1. Depois do comentário no post anterior, abstenho-me de comentar este.
    Um abraço

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  2. acho que a poesia dele não é lilás.
    é uma miscelânea das cores do arco- íris.
    por vezes preta.
    por vezes um abismo.
    por vezes céu e mar.
    é tudo e tem todas as cores que se lhe quer dar.
    um beij

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  3. também acho que não, Piedade.

    aquele lilás foi para gozar comigo.

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