Ainda hoje sorri quando se recorda da pergunta que lhe fizeram, por se escusar a ser ordinário para as mulheres que passavam na rua.
Sabia que gostar de mulheres não era sinónimo de dizer «comia-te toda» ou «dava-te três sem tirar fora», entre muitas outras palavras impublicáveis.
Não percebia aquele prazer (que felizmente só se deve manter em algumas obras de construção civil...), muito menos o do Alberto, que era capaz de dizer as coisas mais asquerosas aos ouvidos das mulheres, que se cruzavam com eles nos passeios das ruas lisboetas.
Era o tempo das mulheres sérias que fingiam não ter ouvidos. Se este "prazer" se mantivesse nos nossos dias, de certeza que haveria muita lambada distribuída, pois a mulher de hoje, séria ou não, tem o ouvido bem apurado.
Nunca foi capaz de ser ordinário para uma mulher. Quando gostava de uma mulher olhava-a com gulodice, mas sem palavras. Ninguém é perfeito.
O óleo é de Sally Storche.
Olá Luís! Há quanto tempo!
ResponderEliminarAchei graça ao que escreveste, por sermos mais ou menos da mesma geração. A grande diferença é que não és mulher.
Tenho quase a certeza que fomos nós, as mulheres da minha geração que praticamente acabámos com essa ordinarice nas ruas. Eu nunca fui de me calar e chamei muitos nomes feios a alguns velhos nojentos, porque quem me dizia estas coisas eram sempre homens mais velhos, nunca rapazes da minha idade. Alguns com idade para serem meus pais, o que me enojava ainda mais.
Não sei se esta gente acha que isto é uma forma de amor, assim como bater nas mulheres. Felizmente muita coisa mudou, e outras vão continuar a mudar. O mundo já não é só dos homens.
Beijinho Grande Luís
Luis, li com interesse. Ainda raspei o tempo em que os homens diziam muitas ordinarices a que se dava o eufemístico nome de "piropos". Nunca me calei e lembro-me de quando estudei em Londres ter ouvido de repente num pessimo inglês alguns desses ditos "piropos" bem ordinários, por sinal; virei-me para trás e em bom português disse tudo o que tinha a dizer, é que pelo meio, tinha saído uma frase em português.
ResponderEliminarLembro-me de ouvir uns óóó mas mais nada, ficaram sem reacção; assim eram os "machos" desse tempo.
Ainda bem que as mulheres passaram a ter ouvidos e boca.
Um abraço.
Que bom que no gostas de dicir ordinarieces ...
ResponderEliminarli e sorri.
ResponderEliminargostei do texto.
beij
abençoada, Alice.
ResponderEliminare claro que o mundo nunca foi só dos homens, apesar de não existirem "madres" a dar missa...
imagino, Helena.
ResponderEliminaré bom perder os medos.
não sou eu, é a personagem, Momo. :))
ResponderEliminarsó pelo teu sorriso, valeu a pena a reflexão, Piedade.
ResponderEliminarMas há piropos giros e passei a gostar mais do Sean O´Connery quando li numa revista que ele tinha sempre um (giro, claro) para qualquer mulher, meso que não fosse bonita.
ResponderEliminarComentários baixo nível: do pior que se vive nas ruas...
ResponderEliminarBeijinhos.
mas são uma raridade, Redonda...
ResponderEliminarpensava que estavam em extinção, Filoxera.
ResponderEliminarno importa se lo digo al personaje ...
ResponderEliminarclaro, Momo.:)
ResponderEliminarmas isto aprende-se.
se o meu pai também era mais de olhar que falar, eu segui as suas pisadas...