A Alice é presença assídua aqui no Largo. Para quem não a conhece, digo que é uma excelente poeta do Norte, que traduz a memória com palavras...
comparação inequívoca
estás a ver o frio a rematar-se ali na esquina?
e a velha à janela a fingir-se menina à lua?
e o homem sem rosto que passa por nós como o medo?
sabes que horas são quando voltas a abanar as mãos?
espera, deixa-me desenhar-te
vou buscar o x acto e os lenços de papel
estás a ver o calor do meu braço ferido?
e a colheita encarnada da minha pele clara?
e as salinas no lugar das pupilas?
sabes que temperatura está no meu coração?
espera, deixa-me fixar-te
vou buscar o relógio e o tempo lá parado
estás a ver o lobo a rondar a incerteza?
e a seiva dos espaços densos sem palavras?
e as gretas a rachar-me os lábios mal beijados?
sabes que dor me corta as veias quando viras as costas?
espera, deixa-me perdoar-te
vou buscar o futuro à mesinha do meu quarto
estás a ver o meu sono espantado a vigiar-me?
e a ressaca a martelar o meu corpo contra a noite?
e o meu andar parado quando calço saltos altos?
sabes que te amo?
estás a ver o frio a rematar-se ali na esquina?
e a velha à janela a fingir-se menina à lua?
e o homem sem rosto que passa por nós como o medo?
sabes que horas são quando voltas a abanar as mãos?
espera, deixa-me desenhar-te
vou buscar o x acto e os lenços de papel
estás a ver o calor do meu braço ferido?
e a colheita encarnada da minha pele clara?
e as salinas no lugar das pupilas?
sabes que temperatura está no meu coração?
espera, deixa-me fixar-te
vou buscar o relógio e o tempo lá parado
estás a ver o lobo a rondar a incerteza?
e a seiva dos espaços densos sem palavras?
e as gretas a rachar-me os lábios mal beijados?
sabes que dor me corta as veias quando viras as costas?
espera, deixa-me perdoar-te
vou buscar o futuro à mesinha do meu quarto
estás a ver o meu sono espantado a vigiar-me?
e a ressaca a martelar o meu corpo contra a noite?
e o meu andar parado quando calço saltos altos?
sabes que te amo?
Alice Macedo Campos
Por este dia ser especial, juntei á mesma mesa, rente ao Tejo, o Fernando (e claro, o Álvaro, o Ricardo e o Alberto) e a Alice...
E que amena deve ser a cavaqueira entre eles, frente ao rio...
ResponderEliminar:))))
A Alice no País das Maravilhas que é Portugal :) Bonito poema o desta Alice portuguesa.
ResponderEliminarAproveito e deixo um convite: participe na Blogagem de Abril do blogue www.aldeiadaminhavida.blogspot.com. O tema é: “Páscoa na minha Aldeia”. Basta enviar um texto máximo 25 linhas e 1 foto para aminhaldeia@sapo.pt (+ título e link do respectivo blog) até dia 8 de Abril. Participe. Haverá boa convivência e possíveis prémios (veja mais dia 29/03 no blog da Aldeia)!
Jocas gordas
Lena
e eu que já tive o imensíssimo prazer de abraçar a alice e conhecer a sua fabulosa forma de escrever a vida, tenho a certeza que foi uma daquelas conversas de ficar para sempre.
ResponderEliminarpera ela e para ti um grande beijo
___ e acho que vamos ter um novo livro.:)
não sei, Maria, acho que só o Alberto Caeiro é que é mais conversador...
ResponderEliminarmas a Alice devia enchê-los de perguntas...
ainda bem que gostaste, Lena.
ResponderEliminaro desafio é tentador...
pois vamos, Maré.
ResponderEliminare estás em vantagem, já tens essa conversa de avanço...
Gostas de juntar poetas, não gostas?
ResponderEliminarAlém de "guardador" és também um "ajuntador"...
Claro que quem guarda também junta! :-))
Não conhecia a Alice que mora aqui neste poema.
Abraço
Belo poema desta Alice...também tenho uma Alice.
ResponderEliminar~CC~
dos bons, gosto, Rosa.
ResponderEliminare a Alice pertence ao clube dos bons...
é sim senhor, CCF...
ResponderEliminarGostei muito deste poema da Alice... Parabéns! :)
ResponderEliminarGostei do poema e da foto, num agradável convívio poético.
ResponderEliminar:-)
os parabéns são para ela, Paula.
ResponderEliminaruma excelente poeta do Norte.
o Tejo apresta-se a estes convívios poéticos, Filoxera...
ResponderEliminare alice foi a última a chegar :) peço desculpa por só agora te agradecer esta surpresa... foste aos arquivos do amar palavras, o que significa muito para mim... um muito obrigada por isto, luís... espero que o alberto caeiro se sinta tão bem aqui como eu... um abraço!
ResponderEliminarbem hajas.
muitas vezes os últimos são os primeiros, Alice...
ResponderEliminaro Alberto Caeiro sente-se bem em toda a parte...
AAAH, PIREI COM A TAL ALICE!
ResponderEliminarAdorei seu blog, querido, interessantíssimo!
Inês.
que bom, Inês...
ResponderEliminar