sexta-feira, março 12, 2010

A Escola Novamente nas Ruas da Amargura

A Escola volta a ser falada pelos piores motivos: duas mortes, a de um aluno (ainda criança...) e de um professor. Segundo consta, ambas de suicídio.

Não é a altura ideal para crucificar a Escola, para dizer mal ou bem dos professores, dos alunos ou dos pais, porque a responsabilidade deve ser repartida por todos. São todos culpados por se ter chegado a um ponto destes, em que já há vitimas mortais...
A história é longa e tem vários capítulos: a desresponsabilização de vários governos em todo o edifício educativo; a desvalorização do papel do professor como educador; a pouca atenção dos pais em relação aos filhos na escola; o baixar dos braços de muitos professores em relação ao seu dia a dia; a falta de respeito dos alunos pelos professores e colegas, etc.
São muitos os motivos que ditaram as mortes do Leandro e do Luís. Mas o mais forte foi o facto de serem seres humanos mais sensíveis e frágeis que os restantes companheiros de aventura...

A foto de Robert Doisneau, diz-nos que já é tempo de se olhar para a escola, com olhos de ver...

12 comentários:

  1. Não é altura de crucificar quem quer seja. Concordo. É altura, sim, de responsabilizar todos os intervenientes na educação. E, simultâneamente e sem demora, tomar medidas firmes e de cumprimento obrigatório por parte desses mesmos intervenientes para que estes casos não aconteçam. Parecem que andam todos a tentar tapar o sol com a peneira. E os “putos” sabem disso. Os adolescentes apercebem-se perfeitamente das consequências que não existem para os comportamentos problemáticos, aliás, desordens comportamentais. Pelo que ouvi no Plano Inclinado, a papelada a ser preenchida, a burocracia é de tal forma para problemas de disciplina que alguns professores desistem. Há alguns anos li uma estatística sobre as profissões mais stressantes. A docência lá estava! Em segundo lugar.

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  2. Mesmo assim há que não perder o sentido das proporções. A Escola é a maior organização social de um país. Todos os dias há milhares de alunos e de professores que lá se encontram. Estes dois casos são "excepções muito excepcionais", completamente fora do quotidiano escolar.
    Há muitas falhas, é certo. Mas no essencial aquilo funciona e acho abusivos muitos comentários tremendistas que colocam a Escola à beira do colapso.
    Uma achega: para mim o grande problema é que o ensino obrigatório faz com que ande na Escola muita gente que não quer lá andar, e cujos pais não vêem interesse na escolaridade porque ela já não é garantia automática de um bom emprego.
    Como resolver isso?

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  3. Os suicídios podem ser “excepções”, mas o bullying, a indisciplina nas escolas públicas (essencialmente) parece ser o dia a dia dos professores. O laxismo existe. E o ensino obrigatório tem que existir. Se os pais pensam dessa forma, terão que ser sensibilizados – eles e os seus filhos, evidentemente. O ensino é o alicerce, a espinha dorsal, digamos assim, de uma sociedade civilizada.

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  4. ouvi esta semana o testemunho de uma mãe que se queixou muito do que as escolas têm feito contra a boa educação das suas duas filhas e as dificuldades que tem vindo a sentir em contrapôr com bons valores em casa. é tempo de mudar! um grande beijinho, luís.

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  5. Nenhum dos casos se podem comentar de ânimo leve, pois nem todos os dados serão conhecidos, e depois irão surgir mais tarde.

    Para além de que, não podemos generalizar nem "culpar" esta ou aquela parte...

    Beijinhos, Luís M*

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  6. só com uma ponderada intervenção triangular se podeá fazer alguma coisa realmente válida. não é só o edifício educativo com os seus sucessivos erros pedagógicos a ser o " culpado" neste assunto. é uma educação permissiva e alheada de muitos pais, (que julgam conhecer os seus filhos, mas estão completamente alheados das suas realidade) é uma sociedade transgressora de valores que avilta e gera competição a troco de nada, é tanta coisa...
    e depois, há toda uma conjuntura que ostraciza os afectos que seguram os momentos de maior fragilidade.

    ______

    um beijo Luís

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  7. é preciso fazer tanta coisa, Catarina.

    é preciso coragem, especialmente dos professores.

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  8. o Méon colocou o dedo na ferida, há muita gente que anda na escola por andar. e é isso que tem de acabar.

    assim como os pais que estão à espera que sejam os professores a fazerem o seu papel de educadores.

    e depois é feito um erro enorme, dividem-se os maus alunos e repetentes por várias turmas. turmas que passam a ter problemas devido apenas um ou dois alunos, que conseguesm destabilizar tudo e todos.

    era preferível colocá-los todos juntos, com um apoio especial da escola, e claro, com mão firme.

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  9. é muito complicado "educar" pais, Catarina.

    o papel da escola não é esse.

    e há miúdos que só andam na escola para os pais receberem o rendimento minimo...

    são todas essas coisas somadas que fazem com que as escolas sejam lugares pouco saudáveis.

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  10. Alice, esse é um problema social, não é da escola.

    a televisão é capaz de ter um papel mais negativo na educação que a escola em si,

    com "moranguinhos com açucar" e outras séries que, enfim...

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  11. claro que não, M. Maria Maio.

    as coisas nunca são assim tão simples.

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  12. sem dúvida, Maré.

    aliás se na nossa sociedade existe uma notória crise de valores, nãos e pode esperar que a escola faça milagres.

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