Gosto de receber lições de vida. Ontem foi dia (aliás, noite) de receber mais uma, de um dos "Capitães de Abril", mais genuinos, e mais importantes, de todo o processo revolucionário que pôs termo à ditadura e nos devolveu a democracia. Falo do coronel Vasco Lourenço, que foi o convidado das "Tertúlias do Dragão", organizadas pela SCALA, em Almada.
Vasco Lourenço além de ter desmontado alguns mitos, explicou-nos a verdadeira génese do "Movimento dos Capitães", num período em que quase todos os militares tinham consciência que a única solução para colocar fim à Guerra Colonial era política. A vontade colectiva de devolver a dignidade e o prestígio das Forças Armadas cresceu de tal forma, que era impossível recuar... e a Revolução saiu à rua no dia 25 de Abril de 1974.
Focou depois o desprendimento dos militares em relação ao Poder. Acrescentando que o grande objectivo do MFA foi criar condições para a realização de eleições livres, para que o poder pudesse ser entregue aos partidos políticos escolhidos pelos portugueses.
E foi isso que aconteceu. Quase trinta e seis anos depois, podemos dizer que se há alguém que não tem qualquer culpa da situação actual do nosso país, são os "Capitães de Abril".
E vou mais longe, não houve ninguém na nossa História de Portugal, que desse uma prova tão grande de generosidade e de desapego ao poder, como os "Capitães de Abril".
Basta olharmos com olhos de ver para todas as revoluções, desde a independência de então Condado Portucalense, em 1143, ao 28 de Maio de 1926.
É também por isso que irei ler com todo o interesse o livro-entrevista, "Do Interior da Revolução", de Maria Manuela Cruzeiro e Vasco Lourenço.
Era importante que essas tertúlias se fizessem um pouco por todo o país, sobretudo nas escolas para os jovens perceberem o que foi o 25 de Abril, ouvido de viva voz por um dos que o fizeram. E que foi desde o início um dos do núcleo restrito...
ResponderEliminarBeijinho, Luís
São testemunhos fantásticos, já tive oportunidade de assistir e de facto são lições de vida...
ResponderEliminarBeijinho, Luís M.
sem dúvida, Maria.
ResponderEliminarembora as pessoas tenham cada vez menos paciência para ouvir...
se são, M. Maria Maio.
ResponderEliminare quando sentimos que as pessoas são genuinas...
Podias ter dito alguma coisa, Luís.
ResponderEliminare disse, tu é que não visitas os meus blogues, Alice...
ResponderEliminarsubscrevo a Maria, Luís.
ResponderEliminarnuma época em que a História está a ser pouco ministrada nas escolas, um dia destes a grande maioria desta nova geração vai perguntar?!___ 25 De Abril, o que é isso?
alem disso,acredito que é preciso reabilitar o pensamento de muitos, que( porque o país está doente)se dividem entre o antes e o depois.
o livro será uma mais valia.
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beijos
sem dúvida, Maré.
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