Uma coisa que me irrita, é o facto do conhecimento nos trazer quase sempre mais dúvidas e angústias, ao nosso dia a dia.
É demasiado visível que as pessoas ignorantes são muito mais felizes que todos aqueles que poderiam ser confundidos com enciclopédias ambulantes (falo de quase todos nós, tal é a quantidade de conhecimento que vamos absorvendo - e a "net" ainda piorou mais as coisas...).
É por isso que as pessoas de mais idade, do interior, que quase nem andaram na escola (quem tem ou teve avós que viveram sempre em pequenas aldeias, sabe do que falo), têm um conhecimento especial da vida, onde existe ainda muita magia, onde ainda se acredita em "milagres", inclusive da natureza. Não é por acaso que revelam a espaços, uma inocência e credulidade, invejáveis e perigosas.
Nas cidades é praticamente impossível encontrar pessoas assim, tão terra a terra, com uma sabedoria diferente, alimentada por extraordinário universo popular, que nos oferece tantas lições de vida.
É assim, queremos saber tudo e acabamos ainda com mais dúvidas do que as que tínhamos, antes de iniciarmos a viagem neste "carrocel louco".
É o preço que pagamos pelo atrevimento de querermos saber cada vez mais e mais...
Escolhi o "Baile" de Fernando Botero, porque até essas festas populares, foram quase engolidas pelo progresso. Sim, há vinte, trinta anos, os bailes eram uma instituição do povo, mesmo nas cidades. Agora fazem apenas parte do "revivalismo" das pessoas de idade maior...
É um assunto que dá que pensar e que muitas vezes também penso.
ResponderEliminarNão digo que essas pessoas simples sejam mais felizes, até porque não sabem o que é verdadeiramente felicidade. Nem estão muito preocupados com isso. Nós, os "felizes" que lemos uns livros, criámos certos conceitos, que por serem conceitos, e cada um toma os que quer, andamos sempre confusos, e cada vez mais nos afastamos da vida prática.
Um abraço.
as várias etapas do conhecimento serão equivalentes aos vários níveis de felicidade? duvido!
ResponderEliminar.
um beijo
Tema para reflexão.
ResponderEliminarEu ia escrever “as crianças, normalmente, são felizes porque não estão ainda conscientes da maldade, do egoísmo, da traição, da...” mas acho que esta noção está ultrapassada perante o que se tem lido ultimamente e o que eu própria tenho observado. Pena!
Helen Keller (escritora e activista americana surda-muda) disse:
"Muitas pessoas têm uma idéia errada sobre o que constitui a verdadeira felicidade. Ela não é alcançada por meio de gratificação pessoal, mas através da fidelidade a um objectivo que valha a pena."
Felicidade, a meu ver, será talvez um estado nunca alcançado na sua plenitude e demasiado subjectivo.
Curiosidade: Os dançarinos são todos rechonchudinhos! Por que será? : )
A minha tia dizia isso. Eu achava que ela não estava certa. Hoje penso...
ResponderEliminarA genialidade de Botero e os bailes do meu tempo!!!
Beijinho, Luís
:) curioso eu também ia comentar a ilustração...
ResponderEliminareu tive essa percepção nos bancos da primário, mas a história é tão longa que não vale a pena contar.
entretanto os tempos foram passando e o que se vai observando dá para a confirmação.
seja como for as analogias com a velha sabedoria" longe dos olhos longe do coração" encaixa também aqui.
ainda assim prefiro os meus abertos, enviando as mensagens para os neurónios...
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beijos Luís
se dá, Carlos...
ResponderEliminargostamos de complicar as coisas simples.
sim, Gabriela, provavelmente não.
ResponderEliminarmas não tenho dúvidas que as pessoas mais simples e com menos mundo, contentam-se mais facilmente.
é verdade, Catarina.
ResponderEliminareste é uma "posta" para reflexão, para cada um de nós dizer o que pensa da relação entre conhecimento e felicidade.
e os dançarinos anafados foram escolhidos apenas pela beleza do quadro, pelas cores e animação.
mas também podem ter outras leituras...
esse é um dos problemas, Maria, pensamos de mais...
ResponderEliminare dançamos de menos, também.
sim, Maré.
ResponderEliminareu também prefiro navegar no "conhecimento", mesmo que o "oceano da felicidade" seja noutras paragens...
Concordo, e acho que este post espelha uma boa reflexão.
ResponderEliminarE adoro Botero!
Beijos.
foi sobretudo isso, um ponto de partida para a reflexão, Folixera.
ResponderEliminartambém gosto de Botero, especialmente deste bailarico...