O apoio do Estado ao desporto continua a ser uma miragem, sem grandes diferenças em relação ao que se passava no final do século XX.
A ausência de uma política desportiva apoiada pelo Estado tornou-se ainda mais evidente durante a pandemia, com a interrupção de toda a actividade desportiva (só o futebol profissional, por movimentar milhões, é que não parou, embora tenha ficado sem público...). O ministro da Educação e o secretário de Estado do Desporto, nem sequer devem ter a noção dos clubes que tiveram de fechar portas no último ano, muito menos do número de pessoas que foram "proibidas" de praticar desporto no último ano e meio.
Isto acontece porque o Estado continua a ser o eterno ausente no que toca ao apoio dado ao desporto escolar e popular. Limita-se a subsidiar e a aplaudir os atletas medalhados, sem ter qualquer preocupação com a base, com a existência de uma política de desenvolvimento desportivo consistente.
Na maior parte dos países a escola é a base da pirâmide do desporto, com o apoio do Estado, só depois é que aparecem os clubes e o movimento associativo. No nosso país continua a não existir "desporto escolar". Existem sim, alguns professores, que por estarem ligados a clubes, quando lhes aparece um jovem com talento nas aulas, aliciam-nos para se dedicaram às modalidades para as quais revelam talento, abrindo-lhes as portas dos clubes e do desporto federado.
Enquanto o Estado fingir que está, mas não está, as medalhas dos atletas serão apenas o reflexo do seu talento natural e do apoio que recebem dos clubes, e claro, da sua aposta pessoal em chegarem ao topo (com anos e anos de sacrifício e entrega ao treino e à competição...).
(Fotografia de Luís Eme - Algarve)
E daí a nossa admiração, apesar de todo o esforço depender deles e dos clubes!
ResponderEliminarAbraço
Sim, merecem sem dúvida a nossa admiração e aplauso, mesmo aqueles de que ninguém fala, por não terem recebido medalhas ou diplomas, Rosa.
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