quarta-feira, agosto 11, 2021

As Gentes da Rua de Cima e da Rua de Baixo...


Enquanto subia na direcção da antiga Azinhaga das Figueirinhas cruzei-me com duas mulheres de idade e uma delas comentava: «A rua de baixo tem gente cada vez mais estranha e feia.»  A outra não foi de meias medidas e acrescentou: «E porcas!»

Sabia bem a quem se referiam (a passagem de um trabalhador emigrante da construção civil, moreno, com barba por fazer e calças pintalgadas com cimento e tinta, deve ter servido de mote para a conversa, mesmo que este não fosse diferente de qualquer operário português "das obras"...).

Nos últimos tempos a praceta ficou mais povoada de famílias de emigrantes, gente do Oriente, de várias idades (penso que  são nepaleses e paquistaneses), e também de brasileiros. 

Como vivem com algumas dificuldades e se vestem de qualquer maneira, acabam por ser alvos fáceis do preconceito, sobretudo de quem tem mais dificuldades em compreender este mundo, que vive em constantes mudanças.

Mudanças cada vez mais forçadas... 

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


6 comentários:

  1. E essas velhas, por acaso, têm espelhos em casa?! Mania que as pessoas têm de avaliar os outros por aquilo que trazem vestido. Estou farta desse género de mulherio...

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    1. As velhas têm de passar o tempo, dizer alguma coisa, Maria. Faz parte das ruas, faz parte da vida. :)

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  2. Bom dia
    Fico a pensar o que quer dizer , Estranho, feio e porco .

    JR

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    1. Pois, cada um de nós tem a sua noção de estranho, de feio, de porco, Joaquim...

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  3. Luís, há pessoas que nem com a idade chegam lá. Que mentalidade pequenina.
    É como diz o provérbio:
    "A água lava tudo, menos as más-línguas".

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    1. Pois não, Té.

      Mas existem em todas as ruas, e quando não sabem, inventam, sobre a vida de quem passa.

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