Quando ele me disse, «nunca quis ser uma dessas pessoas que andam na rua como se estivessem numa montra», compreendi-o, sem qualquer reserva.
Jorge apenas quer fazer o seu trabalho, vestir a pele de uma qualquer personagem, grande ou pequena, para depois voltar a ser o rapaz quase normal, que também gosta de carpintaria, de escrever poesia e de roubar retratos às pessoas que andam por aí distraídas pela rua.
Convive bem com a "fama de operário", quando está na bilheteira a vender entradas ou a abrir as portas da sala e fazer a recepção dos espectadores - que muitas vezes o olham com cara de caso, por ser parecido com o actor que daí a minutos irá aparecer no palco -, porque gosta desta parte "circense" do teatro, onde se faz tudo o que é preciso para que o espectáculo aconteça...
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
O chamado homem dos sete instrumentos, sem este tipo de ator muita coisa fica por fazer!
ResponderEliminarAbraço
Que existe cada vez mais nas artes portuguesas, que vive cada vez mais do "desenrascanço", que dizem ser tão português, Rosa.
EliminarMesmo sem dinheiro, nós temos "palhaços"...
Mas destes deve haver pouquíssimos.
ResponderEliminarPenso que quando te referes a "pouquíssimos", falas de não querer participar em telenovelas, e aí tens razão, Severino.
EliminarMas já em relação ao funcionamento, a maior parte das companhias de teatro profissionais espalhadas pelo país vivem quase como os circos, fazem de tudo um pouco, porque os apoios oficiais são cada vez mais escassos...