sábado, abril 21, 2018

Os Muros Invisíveis que Construímos...


Ao cruzar-me com um rapaz ligeiramente mais velho que eu, lembrei-me de um episódio festivo que aconteceu há pouco tempo, em que me deixei ficar, quase "fechado", dentro de um grupo de amigos. Na altura não pensei muito no caso, mas sempre que o vejo,  recordo a cena, a sua chegada, a tentativa de intromissão, e o fazerem de conta que ele não estava ali (papel bem interpretado pelas mulheres, que estavam em maioria...). Inteligente, bebeu o café e foi embora.

Nunca me falou no assunto, mas como tenho o velho hábito de me colocar no seu lugar, imagino que se deve ter sentido incomodado, até por nos conhecer a todos, uns melhores que outros.

Com o tempo fui percebendo que havia pelo menos dois grupos entre estas gentes das culturas (talvez tivesse um pé nos dois (mas só os dedos...), por me dar bem com praticamente todos os seus elementos. E ele até é do outro grupo...

Quem evita fazer parte destes grupos demasiado fechados, que gostam de perder tempo a falar de "coisas pequeninas", acaba por ser olhado de lado pelas duas partes. No meu caso pessoal, acho que isso nem acontece. Mas não era nada que me incomodasse, até por passar ao lado de uma série de intrigas (sei sempre depois...), que acabam por ter efeitos nocivos na relação entre uns e outros, e no meio onde estamos inseridos. 

Mas nós humanos somos mesmo assim. Desde os tempos da escola primária que nos habituamos a querer os nossos amigos só para nós e a construir "muros invisíveis"...

(Fotografia de Luís Eme)

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