Como era previsível, a prisão de Lula da Silva, antigo presidente do Brasil e líder histórico do Partido dos Trabalhadores (PT), foi transformada em "telenovela", com a exploração habitual das emoções dos apoiantes e dos quase inimigos (percebe-se pelas entrevistas a populares, que ele consegue despertar o melhor e pior que nos caracteriza como humanos...).
Como a maior parte das pessoas de esquerda, tenho simpatia pelo antigo sindicalista e presidente, por ter transformado o Brasil num país mais justo, ao mesmo tempo que o transformava numa potência económica emergente, nas américas.
Além de ter fechado os olhos a muitas "negociatas", protagonizadas pelos seus companheiros do governo e do partido, é provável que também tenha sucumbido à habitual troca de favores - geralmente são sempre bastante tentadores -, pelo poder económico. Ou seja, as acusações podem fazer sentido.
Mas não esqueço que o Brasil é um país especial, basta ver a forma como Dilma Rousseff foi afastada da presidência, num processo mais político que judicial, pouco provável num país com uma democracia plena. Segundo os especialistas, as acusações que o condenaram a uma pena de 12 anos e que o levaram agora à prisão, no nosso país não teriam consistência suficiente para o colocarem atrás das grades...
Mas o que me choca mais é a perseguição e o ódio de que é vitima. Isso só prova que deve ter retirado privilégios e poder a muita gente das classes mais favorecidas.
Há quem compare Lula a Sócrates, mas eu acho que não existe qualquer comparação possível, quer pelos seus passados quer pelos seus presentes. A única personagem da nossa história recente de que encontro alguns traços de proximidade, é Otelo. Sobretudo pela sua aparente ingenuidade e generosidade.
(Fotografia de Autor Desconhecido)
A justiça muito politizada é perigosa. Eu sou contra a delação premiada. Como vou acreditar mais num homem que confessou para salvar a pele do que naquele que está a ser acusado? Fico com muitas dúvidas...
ResponderEliminarUma boa semana, Luís.
Um abraço.
Muito perigosa, Graça.
EliminarFicamos no meio dos que o acham culpado e os que o acham inocente...