quinta-feira, abril 19, 2018

Livros Iguais para Leitores Diferentes...


Como quase tudo na vida, também a leitura dos livros nos desperta sentimentos diferentes, em parte por termos a capacidade de olhar para o mundo que nos rodeia com "cores diferentes".

O "filme" começa logo nas primeiras páginas, na forma contraditória como gostamos, ou não, da escrita ou da história que a pessoa que brinca com as palavras nos oferece.

Ao ler "O Nervo Ótico" de Maria Gainza, pensei nestas coisas todas, porque o seu começo não é nada deslumbrante. Também não é uma coisa chata, daquelas que nos apetece logo encerrar "o caso", às primeiras. Foi por isso que continuei a ler e à medida que ia lendo, ia gostando das palavras da Maria, que sim, faz uma original combinação de memórias (frase da capa... que também nos diz que a vida é um museu), com a sua cultura artística, a família, os lugares que foi percorrendo, sempre de uma forma simples, que nos vai colando à sua vidinha com prazer.

Mas eu nem queria falar do livro, mas sim das sensações que me foi despertando, e não menos importante, das questões que foi levantando. Pensei, entre outras coisas, nas diferentes técnicas usadas pelos escritores para nos contarem as suas histórias. Se uns querem agarrar-nos logo na primeira página, outros preferem não dizer nada de especial nos primeiros capítulos, para depois nos agarrarem, até ao fim. E depois há os outros, que nunca nos conseguem prender às suas palavras. E cada vez estou mais convencido de que isso acontece por falta de talento ou por talento a mais (acho que é o caso no nosso Lobo Antunes...). Se nos meus primeiros tempos de leitor, lia todos os livros até ao fim (por vezes com grande sacrifício...), hoje já não caio nessa "patetice". 

Sei e aceito, pacificamente, que há livros e escritores que não são para mim...

6 comentários:

  1. Luís, nos livros e nas coisas da vida, cada vez mais o que não tenho de fazer e não me interessa é para passar à frente e seguir caminho.

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    1. É normal, Isabel.

      A idade oferece-nos algumas coisas boas, como a vontade de perdermos cada vez menos tempo com o acessório.:)

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  2. Às vezes são mesmo alguns livros. Por exemplo. Li o Memorial do Convento do Saramago e não gostei. Não voltei a ler Saramago até que o ano passado tive que reler o Memorial por imposição na aula de Literatura. Continuei a não gostar, mesmo depois de ter complementado a leitura com uma visita guiada ao Convento.
    Não fazia ideia de voltar a ler Saramago a não ser os seus poemas possíveis de que gosto muito. Mas então pelos meus anos ofereceram-me Levantado do chão. E adorei. Resumindo um mesmo autor pode com um livro dizer-nos muito e com outro nada. Claro que aceito que aconteça o contrário. Quem goste muito do Memorial do Convento como prova o Nobel, e possa não gostar do Levantado do chão.
    Abraço e bom fim-de-semana

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    1. Claro, Elvira.

      Os bons escritores escrevem livros completamente diferentes uns dos outros. Uns gostamos, outros nem por isso. :)

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  3. Ler um bom livro é dar paz à alma e cultura ao coração...
    .
    * Criança brincando ... em interno lamento. *
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    Cumprimentos poéticos.

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