Poucos poetas nos aproximaram tanto da beleza do Rio de Janeiro e das mulheres cariocas como Vinicius de Moraes. A sua "Garota de Ipanema" é mais que um clássico, é um hino à beleza e ao encanto feminino.
Na passagem do centenário do seu nascimento, só podia escolher um poema que falasse da Mulher (e que é o começo da "Garota")...
A Mulher
que Passa
Meu Deus, eu quero a mulher que passa.
Seu dorso frio é um campo de lírios
Tem sete cores nos seus cabelos
Sete esperanças na boca fresca!
Oh! como és linda, mulher que passas
Que me sacias e suplicias
Dentro das noites, dentro dos dias!
Teus sentimentos são poesia
Teus sofrimentos, melancolia.
Teus pêlos leves são relva boa
Fresca e macia.
Teus belos braços são cisnes mansos
Longe das vozes da ventania.
Meu Deus, eu quero a mulher que passa!
Como te adoro, mulher que passas
Que vens e passas, que me sacias
Dentro das noites, dentro dos dias!
Por que me faltas, se te procuro?
Por que me odeias quando te juro
Que te perdia se me encontravas
E me encontrava se te perdias?
Por que não voltas, mulher que passas?
Por que não enches a minha vida?
Por que não voltas, mulher querida
Sempre perdida, nunca encontrada?
Por que não voltas à minha vida?
Para o que sofro não ser desgraça?
Meu Deus, eu quero a mulher que passa!
Eu quero-a agora, sem mais demora
A minha amada mulher que passa!
No santo nome do teu martírio
Do teu martírio que nunca cessa
Meu Deus, eu quero, quero depressa
A minha amada mulher que passa!
Que fica e passa, que pacifica
Que é tanto pura como devassa
Que bóia leve como a cortiça
E tem raízes como a fumaça.
Seu dorso frio é um campo de lírios
Tem sete cores nos seus cabelos
Sete esperanças na boca fresca!
Oh! como és linda, mulher que passas
Que me sacias e suplicias
Dentro das noites, dentro dos dias!
Teus sentimentos são poesia
Teus sofrimentos, melancolia.
Teus pêlos leves são relva boa
Fresca e macia.
Teus belos braços são cisnes mansos
Longe das vozes da ventania.
Meu Deus, eu quero a mulher que passa!
Como te adoro, mulher que passas
Que vens e passas, que me sacias
Dentro das noites, dentro dos dias!
Por que me faltas, se te procuro?
Por que me odeias quando te juro
Que te perdia se me encontravas
E me encontrava se te perdias?
Por que não voltas, mulher que passas?
Por que não enches a minha vida?
Por que não voltas, mulher querida
Sempre perdida, nunca encontrada?
Por que não voltas à minha vida?
Para o que sofro não ser desgraça?
Meu Deus, eu quero a mulher que passa!
Eu quero-a agora, sem mais demora
A minha amada mulher que passa!
No santo nome do teu martírio
Do teu martírio que nunca cessa
Meu Deus, eu quero, quero depressa
A minha amada mulher que passa!
Que fica e passa, que pacifica
Que é tanto pura como devassa
Que bóia leve como a cortiça
E tem raízes como a fumaça.
Da sua "Antologia Poética", da Mulher que Passa, quase quase rente à Garota de Ipanema, onde ele foi buscar a inspiração e até as palavras, numa nova versão...
A garota de Ipanema é um monumento de música! Não sabia que faria hoje cem anos. ainda me lembro de o ver atuar na televisão a preto e branco quando vinha cá a Lisboa e cantava com Chico Buarque e outros "miúdos"... Gostava muito.
ResponderEliminarSempre!
ResponderEliminarGrande Vinicius!!
ResponderEliminarObrigado por partilhar.
Bjs
e eu passei para te deixar um beijinho *
ResponderEliminaré, tem tudo o que uma canção deve ter, Graça.
ResponderEliminarsim, Helena.
ResponderEliminaré único, Rita.
ResponderEliminarolá Alice.
ResponderEliminarque bom.