As pessoas iam passando por nós, rente à nossa esplanada, onde fazíamos tempo para a reunião que tinha sido adiada por uma hora e comunicada cinco minutos antes do seu início...
Podíamos ter ficado chateados, mas não, foi uma oportunidade de metermos a conversa em dia, especialmente com a Rita, que está sempre a sair-se com "novas", não vivesse ela completamente focada no mundo que nos rodeia, ao ponto de ver coisas que mais ninguém vê.
Foi quase assim que nos mostrou as "diferenças" existentes nas pessoas que passavam, explicando-nos de seguida: «todos nós somos uma época qualquer. Onde isso se vê de uma forma mais nítida é na roupa que vestimos.»
Nunca tinha pensado nisso nem estava à espera da surpresa que ela preparou.
A partir desse momento a Rita começou a catalogar as pessoas por anos, pelo penteado, pela roupa, pelo andar, pelo calçado e até pelo olhar. Curiosamente passaram por nós mais pessoas "anos quarenta que sessenta ou setenta", talvez pela marca dramática que nos invadiu e que nos deixa cabisbaixos, com o ar que devemos alguma coisa a alguém.
Mas foi bom, há muito tempo que uma hora não tinha tão poucos minutos...
O óleo é de Charles Levier.
A minha avó costumava dizer que pelo andar da carruagem se vê quem lá vai dentro. Parece ser mais ou menos isso que a Rita pensa.
ResponderEliminarUm abraço e bom fim de semana
gostei da comparação, Elvira.
ResponderEliminarbendita sabedoria popular.
Gosto de me sentar e ver passar gente.
ResponderEliminarMuita dela mora, mais tarde, nas minhas histórias.
"és como a mim", Laura. :)
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