Ontem escrevi sobre aqui sobre um acontecimento que me deixou furioso e que fez com que pelo menos uma pessoa se manifestasse (o Carlos...), contrariando de alguma forma o meu ponto de vista, ao mesmo tempo que colocava o dedo na ferida, questionando se a Caridade e a Solidariedade eram valores de esquerda ou direita.
Foi bom ele ter comentado. Aliás, uma das coisas boas desta coisa do escrever e do ler, é fazer-nos pensar.
E eu também penso que é um erro querer "prender" a Caridade e a Solidariedade, ao lado direito ou esquerdo, como se fossem simples fundamentos ideológicos de programas políticos.
O velho ditado chinês sobre os homens e os peixes, pode muito ser aplicado no uso destas palavras. Para mim Solidariedade é o acto de ajudar alguém, ou seja, "dar uma cana a alguém para pescar". Caridade também é uma ajuda, mas num outro sentido, obtida muitas vezes através da humilhação do ser humano, que quase se ajoelha, para obter algo para comer, mas sem ter de lutar por isso, ou seja, "aceita que lhe dêem o peixe e não uma cana para pescar"...
É possível que esteja errado, mas não consigo olhar para esta questão de outra forma.
Misturar as esquerdas e direitas com uma questão que se prende sobretudo com a dignidade humana, é andar a fugir do verdadeiro problema.
Eu sei que existem valores de esquerda e de direita, mas acima deles existem valores universais, que foram aperfeiçoados ao longo de séculos e deram origem às constituições dos países, onde estão inscritas as leis que deviam ser cumpridas e respeitadas por todos.
Sei que é difícil de fugir à tentação de se enveredar pelo caminho mais fácil, mas fazer desta questão um "tratado de tortessilhas", dividindo o mundo em apenas dois lados, é demasiado simplista e coloca de parte milhões de pessoas que preferem mover-se ao centro e estão-se borrifando para as direitas e esquerdas deste mundo.
O óleo é de Jim Daly.
Quando tinha 12/13 anos estive a ler a biblia, uma biblia antiga penso que da minha mãe e lá na Epístola de S. Paulo aos Corintios (espero estar a escrever bem) não aparece "amor", mas caridade e aqui caridade tem deveras um sentido único e bom.
ResponderEliminarConcordo consigo a 200%! Também não consigo pensar de outra maneira sobre este assunto. E sou mais radical: há de facto, valores, sentimentos, pensamentos, mundividências muito diferentes entre a esquerda e a direita. E a linha que os separa não é ténue...
ResponderEliminaro problema nunca são os livros, é a prática, Gábi...
ResponderEliminarclaro que há e haverá sempre uma linha que separa a direita da esquerda, já que é impossível acabar com a "praga dos ricos e pobres", Graça.
ResponderEliminarConcordo, Luís... há valores tão grandes que não conhecem lateralidades.
ResponderEliminarDeixo votos de um excelente Natal, feliz e verdadeiro, e que o ano que se aproxima seja de alegrias e de sucessos.
Beijinhos
Boas Festas, Virgínia e um ano novo cheio de coisas boas.
ResponderEliminar