Conheci Fernando Lopes graças ao jornalismo, quando o entrevistei para o "Record", em Março de 1992.
Além de um excelente conversador, o Fernando era extremamente culto e um dos melhores realizadores do cinema português.
Da sua obra destaco o "Belarmino" e "O Delfim", grandes filmes em qualquer parte do mundo.
Em sua homenagem vou transcrever uma das suas respostas a uma das perguntas que lhe fiz:
- A tragédia humana dos ídolos é o que mais resulta como filme?
- No caso do Belarmino era de tudo mais a riqueza humana que ele tinha.
Se pensar no Vitor Baptista, é uma espécie de Belarmino no futebol. Eles não são a preto e branco, têm muitas "nuances". Eventualmente, ele explorou, mas foi mais explorado que explorador. E tinha tudo contra ele, o semianalfabetismo, a miséria. A favor, só a cara e um talento para o boxe fora de série. Se olharmos para o Eusébio, ele ficou aquém do que devia.
É acusado de muitas coisas, mas nós devemos-lhe muito mais do que ele nos deve a nós. Devemos-lhe quase tudo e pagámos-lhe pouco.
Nós também te devemos muito, Fernando...
Descanse em Paz.
ResponderEliminarUm abraço
É pá, conheces muita gente.
ResponderEliminarDeves ser um gajo importante como o caraças!
O Fernando Lopes respirava cinema por todos os lados. É um tipo de cinema que me agrada.
ResponderEliminarEra também um homem culto como o Luís diz. Talvez com uma cultura cinematográfica como poucos em Portugal.
lamentável perda. fiquei triste por sentir que não teve o devido reconhecimento pela sua obra. um abraço*
ResponderEliminarsim, Elvira.
ResponderEliminara ti não te devo conhecer e ainda bem, Anónimo.
ResponderEliminaré verdade, Carlos.
ResponderEliminarninguém diria que o Fernando era um poço de sabedoria.
apesar do ar duro, era extremamente sensível, como se vê pelos seus filmes.
o Fernando é e foi reconhecido, Alice.
ResponderEliminarprovavelmente poderia e deveria ter sido mais apoiado, mas o único realizador português cuja obra é apoiada é o Manoel de Oliveira...