Não era para escrever uma linha sobre o desaparecimento de Vasco Pulido Valente, porque sempre tivemos muito pouca coisa em comum.
Mas ao ver tanta gente a "empurrá-lo para o céu", não resisti a dizer o que penso dele.
Lia-o na imprensa, mas raramente concordava com o que ele escrevia, porque nunca admirei aquilo a que chamo de "coragem insultuosa", a arte de usar as palavras, todas (sim, mesmo as ofensivas, injustas e difamatórias) sem travões.
Como historiador ainda lhe ofereço menos crédito, porque a história não se faz de meras opiniões, conjecturas ou de teorias pouco fundamentadas.
Sei que ontem hoje e amanhã, são dias para se dizerem maravilhas sobre o Vasco Pulido Valente. Mas eu guardo dele a mesma imagem que tinha a 20 de Fevereiro: alguém muito virado para dentro de si próprio, e cujo pensamento, por mais absurdo que fosse (e era, muitas vezes...), era sempre mais importante que a verdade dos outros.
(Fotografia de Luís Eme - Olho de Boi)
Ser 'contra a corrente' só é defeito se for porque sim, quando há uma razão de ser, acho perfeitamente legítimo.
ResponderEliminarVPV também nunca foi pessoa que merecesse a minha admiração. Demasiado petulante e convencido para meu gosto. Não será a morte que me faz gostar mais seja de quem for.
Pois, há mil e uma maneira de ser do contra, Janita.
EliminarÉ bom nunca perdermos a lucidez nem deixarmos de ser honestos.
Aos poucos vai pontapeando os últimos dias de Fevereiro no ardente desejo que o mês termine e - para mal dos pecados ainda tem mais um dia - e a Primavera solte os seus cabelos. Mas hoje não podia deixar de manifestar a plena concordância com as suas palavras, Luís. Está tudo no seu texto. O resto é a tristeza habitual de muitos dos nossos jornalistas, de muitos dos nossos opinadores de tudo e mais alguma coisa...
ResponderEliminarResta-nos olhar o rio, pode ser em Olho de Boi, e esperar que a febre genial com que embrulham a morte de VPV, passe!...
É estranha esta vontade de transformar seres humanos em "deuses", Sammy, usando a "borracha", esquecendo histórias de vida, cheias de ses, como é o caso...
EliminarQue foto, Luís! Esmeraste-te ;)
ResponderEliminarÀs vezes acontece, Isabel. :)
EliminarAdmiro a honestidade e aqui está uma opinião honesta de gente honesta!
ResponderEliminarSofro do mesmo "mal", Severino. Tenho dificuldade em gostar de gente desonesta, mesmo os que só o são, intelectualmente...
EliminarTinha uma virtude Luís: era livre. No sentido de quem é verdadeiramente livre. E estava se nas tintas para o que pensavam ou diziam dele.
ResponderEliminarNão consigo encontrar virtude nessa "liberdade", Filipa, de dizermos o que nos apetece (mesmo que seja mentira ou difame alguém...).
EliminarAcredito que a liberdade começa no respeito pela liberdade dos outros (ele achava que só ele é que podia ser livre e diferente, os outros nem por isso. Claro que é a minha opinião).