Folheio o último número do "Jornal de Letras" e penso nas pessoas que me dizem, «Ainda lês isso? São sempre os mesmos a escrever sobre os mesmos. A literatura é muito mais que isso.»
Lembrei-me também de uma frase da Rita, que disse que o mundo era outra coisa, maior que os jornais e as televisões.
Embora em saiba que ela tem razão, não é essa a lógica de quem exerce qualquer poder, por mais insignificante que seja. O exemplo mais visível é a prática do mundo partidário, que escolhe os seus dirigentes e governantes tendo como base o cartão de militante, o grau de amizade e até o parentesco (não deve haver nenhum governo local de Norte a Sul que não tenha a sua dose de primos, tios, cunhados - por ter mais vergonha que eles, "excluo" neste texto esposas, irmãos e pais...). A competência e o conhecimento técnico, estão quase sempre distantes das três ou quatro primeiras premissas, para qualquer escolha.
É por isso que todos temos a sensação de que é tão difícil deixarmos de "plantar cepas tortas", do Algarve ao Minho (e estava eu a pensar escrever sobre livros e escritores...).
É uma pena não nos conseguirmos libertar deste velho hábito de "encolher o mundo"...
(Fotografia de Luís Eme - Vila Real de Santo António)
"Ainda lês isso" - faz-me lembrar aqueles analfabetos que? a uma pergunta de história, por exemplo, comentam "ainda nem era nascido"...
ResponderEliminarCurioso o teu comentário, Severino. :)
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