domingo, fevereiro 16, 2014

O Meu Mar Nunca foi Chão


Quando olho para o Mar que mora dentro de mim, nunca o encontro parado,  quase a querer imitar a lassidão de um rio. 

Sei que a culpa é da minha praia da infância (e de sempre...) a Foz do Arelho, com um mar selvagem diário, povoado de sons e ondas fortes, distantes de qualquer "canto de sereia".

Foi naquela praia atlântica que percebi que o Mar é quase como nós, precisa de espaço para se expandir e para libertar toda a sua raiva.

Nas praias com menos agitação foi muito mais fácil ignorar a sua verdadeira natureza, selvagem, não o levando a sério, nem mesmo nos dias em que se mostrava irritado. Convencimentos de quem se julga "senhor do mundo"...

Alguns "iluminados", mais atrevidos e endinheirados, até foram capazes de construir casas nas praias (com a manha de um dia poderem transformar o areal mais próximo em praia privada...). com a complacência das autoridades, que raramente se  esquecessem de mostrar o seu "preço" num lugar visível.

Até que chegou, não um, mas vários dias  para o "ajuste de contas"...

O óleo é de Daniel Pollera.

6 comentários:

  1. Os senhores endinheirados são ambiciosos. Querem sempre mais. Vai daí deixam as suas fábricas poluírem os rios, mandam deitar fogo às florestas, para comprarem a madeira restante quase de borla, ou para tornarem zona de floresta em zonas de urbanização, envenenam o ar que respiram, e tratam o planeta como lixo. E um dia ele irrita-se, enfurece-se e a casa cai como diz minha vizinha brasileira. O pior é que quando a natureza "espirra" quem mais sofre é sempre aquele que menos tem.
    Um abraço e uma boa semana

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  2. Pois, tem razão. Mas deve ser doloroso...

    Eu, que sou de Algés e me habituei àquelas águas mais calmas da Linha de Cascais, morro de medo desse mar do Oeste, da "minha" praia de S. Pedro de Muel, da Vieira, do Pedrogão...

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  3. os "donos do mundo", Elvira.

    que devem sofrer tanto quando estão ás portas da morte e percebem que têm de deixar tudo por cá...

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  4. mais uma "dolor", a juntar a tantas, Graça.

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  5. A natureza mais cedo ou mais tarde vem buscar o que é seu de direito, e com razão.

    bjs

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  6. e continuamos a não a respeitar e amar, Rita...

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