Saia de casa depois do almoço e com o seu andar vagaroso dirigia-se à sede da sua Colectividade.
Pedia um café e sentava-se junto a uma das mesas, acompanhado do tabuleiro e das peças de xadrez.
Ficava por ali, em silêncio, à espera do jogador que nunca chegava, porque aquela malta preferia as cartas e o dominó...
Às vezes imaginava a filha, antes de crescer e tornar-se mulher, à sua frente, a querer ganhar-lhe a partida.
Com os olhos a brilharem, quase que sorria, abraçando o silêncio.
O silêncio era um amigo e um adversário, para quem inventava um ou outro xeque-mate.
Olhava o relógio antes de arrumar o tabuleiro e ir embora.
Já na rua, dizia para os seus botões, que a Primavera nunca mais chegava, para finalmente puder mudar de cidade...
O óleo é de Tony Luciani.
O Luís em boa forma.
ResponderEliminarUm exercício sobre a solidão.
xiça, luis...
ResponderEliminarHá quem fique com o jogo da vida viciado demasiado cedo! :(
ResponderEliminarABRAÇO
Diz homem, diz criança, diz estrela.
ResponderEliminarRepete as sílabas
onde a luz é feliz e se demora.
Volta a dizer: homem, mulher, criança.
Onde a beleza é mais nova.
Eugénio de Andrade
beijo
Muito simples e muito real, amigo Luís. E muito triste. E triste já ando eu que chegue!!
ResponderEliminarBoa interrupção de Carnaval.
sim, Carlos.
ResponderEliminarcoisa que não nos falta, solidão...
a vida também é assim, Luís.
ResponderEliminaré verdade, Rosa.
ResponderEliminarolha a Margoh, com o Eugénio na bolsa.
ResponderEliminareste país está cada vez mais triste, Graça.
ResponderEliminara excepção serão uns tipos que se rebolam na relva que tem laranjas.
A solidão é a pior das doenças.
ResponderEliminarUm abraço e bom fim de semana
é terrível e estamos num tempo de grande isolamento, Elvira...
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