Sei que me repito muitas vezes nos adjectivos que utilizo para caracterizar a generalidade dos políticos (que se me lerem, devem ficar muito ofendidos, porque usam sempre espelhos especiais que só lhes mostram o que querem ver...).
Mas não posso dizer outra coisa de quem passa a vida a prometer o que não pode, ou não quer cumprir.
Estas palavras vêm a propósito de alguns comentários suscitados pelo livro que escrevi sobre a Lisnave. Quando se falou das razões do seu fecho, um antigo funcionário disse que o descontentamento das pessoas que moravam nas imediações (pela poluição que provocava...) tinha tido algum peso. Discordei de imediato, até por ser morador na antiga Quinta da Alegria, o espaço habitacional mais próximo dos estaleiros. Nunca circulou qualquer abaixo assinado para correr com a Lisnave, muito menos se fez qualquer tipo de manifestação. Ou seja, não tivemos nenhum peso no encerramento dos estaleiros.
Se nós, cidadãos, não conseguimos parar esta "febre" de fechar coisas tão importantes (e não é por não se sair para a rua a protestar) como uma escola, um centro de saúde ou um tribunal, provocando ainda mais desemprego e e menos actividade económica nas nossas cidades, como poderíamos ter alguma influência no fecho de uma empresa, vitima de tantas manipulações, ao longo dos anos, especialmente dos seus administradores?
É por tudo isto que continuo a pensar que somos meros objectos nas mãos de gente pouco séria, que faz tudo para se manter no poder.
O único acto democrático que depende apenas de nós são as eleições. É aqui que podemos fazer a diferença. Mas infelizmente a maioria das pessoas, completamente desiludida, não vai votar, ignorando que ao fazer isso está a beneficiar as forças políticas mais fortes...
A fotografia é fresquinha, tem apenas dois dias...
O fecho da Lisnave, não foi por esses motivos.
ResponderEliminarLuís, depois do 25 de Abril (cá vou eu outra vez ao PREC) havia manifestações e greves quase todos os dias. Os Mellos tiveram que se refugiar no Brasil. Os trabalhadores à semelhança na CUF do Barreiro ajudaram à festa. Na Lisnave ouvi dizer que até desapareceu uma élice dum petroleiro. Pelo menos era o que se dizia em Almada.
Um abraço.
Estou tão de acordo contigo, Luís...
ResponderEliminarInfelizmente esta gente impreparada anda a destruir o nosso país. Há que correr com eles...
Um abraço.
Há quem diga que os povos têm os politicos que merecem ou querem.
ResponderEliminarSe vivemos há 40 anos em democracia (parece que os mesmos que Salazar tomou conta deste retângulo) escolhemos quem nos tem governado, ou não?
A mim parece-me que o problema está na essência do homem: o egoísmo, o poder e o dinheiro como motores da ação.
Estamos mal e eu que o diga.
beijinhos
eu sei, Carlos.
ResponderEliminarmas também não foi por causa do PREC.
fechou quase trinta anos depois...
a mim não me enganam, Graça.
ResponderEliminarnunca gostei de falinhas mansas.
não concordo nada com isso, Pérola.
ResponderEliminarpenso que mereciamos gente um pouco mais séria e competente.
Meu pai costumava contar que um homem tinha 3 filhos. Muito desiludido com eles que não faziam nada de jeito, procurou um advogado para saber como dar um rumo na vida deles. Pergunta o advogado:
ResponderEliminar- Mas então que gosta de fazer o mais velho?
-O mais velho senhor doutor, leva os dias a cantar, a olhar o céu e não se decide por coisa nenhuma.
- Ponha-o a estudar para padre. E o do meio?
- Pois esse leva o tempo a perseguir os animais e quando os apanha, começa com experiências e às vezes acaba esventrando-os.
- Ponha-o a estudar para médico, disse o advogado. E o mais novo?
- Ah!Esse não tem jeito. Mente desde que se levanta até que se deita. Se ralho com ele promete sempre emendar-se mas cinco minutos depois está a mentir de novo.
- Pois não tem dúvida, -respondeu o advogado. Meta-o na política.
Vai fazer carreira.
Um abraço e bom fim de semana
boa história, Elvira. :)
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