domingo, fevereiro 23, 2014

Lisboa, Cidade Triste e Alegre


Tenho cá em casa, por empréstimo de um amigo, o célebre livro de Victor Palla e Costa Martins, "Lisboa, Cidade Triste e Alegre", a primeira edição de 1959, com as páginas amarelecidas pelo tempo...

Foi feita uma segunda edição há uns dois anos, mas uma boa parte dos seus exemplares foram comprados por alfarrabistas, que acabaram por inflacionar o seu preço (tal como fizeram com "Servidões", de Herberto Helder) e eu achei que não devia desembolsar 90 euros pelo belo livro...

Já o tinha folheado antes, mas sem o poder apreciar página a página.

O que mais me impressiona é a forma como foram tiradas quase todas as imagens, com uma Lisboa - e as pessoas que aparecem nas fotografias - "distraída", como é a vontade de qualquer fotógrafo que se preze...

Gostei particularmente do texto em prosa de José Rodrigues Miguéis, do qual transcrevo um parágrafo:

 «Lisboa – dizia-me um poeta que há vinte anos morreu inédito e tuberculoso, como cumpre a todos os génios desta freguesia dos Mártires – é uma ilusão cubista, esta espuma no ar, toiradas, gritos, pregões, o Fado: só os marujos e os operários lhe dão realidade e personalidade. De resto, quem somos nós? Vagabundos que vamos pela orbe sem destino certo, ou ficamos por esses becos a sonhar grandezas, a arranhar a banza, a vomitar os pulmões de mistura com pragas e endeixas… Os que não envelhecemos numa loja obscura a vender panos!»

2 comentários:

  1. Gosto imenso de ver imagens de outros tempos.
    Hoje mesmo estive a ver imagens do Barreiro nos anos 20 do séc passado.
    Um abraço e uma boa semana

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  2. eu também, Elvira.

    gosto muito do preto e branco.

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