Nos últimos dias a minha rua têm ganho uma nova vida, a partir do fim da tarde.
O calor abre as janelas e solta as línguas, que conversam em casa como se estivessem na rua e em pleno dia, até depois da meia-noite.
Embora no início achasse estranho, nunca me senti verdadeiramente incomodado. Aceito que quem se deita cedo não ache muita piada, mas é Agosto...
Acabei por perceber que estes "sons urbanos" são de "turistas", gente que está de férias na minha rua, na casa de familiares, o que faz com que se perceba ainda melhor, o esticar das conversas até perto da uma da manhã.
Quando existe um bom relacionamento entre familiares e amigos, as conversas têm o condão de se tornarem quase infinitas...
Espero que em vez de irritar, conforte as pessoas, terrivelmente sós, e que fiquem perto da janela, a ouvir esta "musicalidade humana".
Numa época em quase metade dos lares são de pessoas sós ou então de casais sem filhos, sabe bem esta barafunda, fico com a sensação que há mais gente a quebrar o silêncio da noite, além dos meus filhos, que têm dias de parecer comer "grafenolas" de sobremesa.
O óleo é de H. Momo Zhou.
Também aqui na minha rua. Isto está animado ainda para mais abriu um Bar (negócio da noite)onde a malta nova ouve música e onde os diálogos são de rir. Vou lá tomar a bica e beber um aperitivo, às vezes. Os diálogos dos jovens acabou por me inspirar o tema do meu último post.
ResponderEliminarQue lindo texto! Fluiu como as conversas da sua rua. Vou atrás de grafenolas. O que é isso?
ResponderEliminarUm abraço!
nem sei o que diga, Carlos (por isso é que não comentei).
ResponderEliminaré qualquer coisa "contracultura".
algo que "deita fora música", Rovênia (penso que tanto podem ser rádios como gira-discos). :)
ResponderEliminarOlá Luís,
ResponderEliminarVoltei para conferir. Engraçado como falamos e não falamos a mesma língua. Ontem, fiquei aqui no trabalho perguntando se alguém sabia o que era grafenola. Nem meu amigo jornalista e poeta, que senta próximo, sabia. Fui atrás e pude admirar ainda mais seu texto. Grafenola para nós, brasileiros, é gramofone - aqueles instrumentos musicais antigos. Meus avós paternos até tinham um. Quando eu era menina, gostava de ficar lá ouvindo a música sair. Uma delícia mesmo, como sobremesa de infância. Outro abraço! :)
por cá também, Rovênia, embora na gíria popular seja mais abrangente e seja utilizada para tudo o que nos oferece som que se expande pelas redondezas. :)
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