Há mais de vinte anos, quando ainda não tínhamos sido invadidos pelos romenos, nem havia tanta gente perdida pelos cantos das ruas, escrevi algo sobre os pedintes de Lisboa.
«Lisboa é Capital de tanta coisa, até de pedintes militantes. Na Baixa Lisboeta é rara a esquina que não tem alguém com a mão esticada ou com o boné no chão, quando as mãos estão ocupadas a dedilhar qualquer instrumento musical. Muitos exibem os defeitos de fabrico ou dos acidentes da vida, outros fazem o número do desgraçadinho e vão perdendo a vergonha, à medida que enchem a barriga de esmolas.»
Quando descobri estas palavras, percebi o quanto estavam desactualizadas. Nestes tempos de crises, já nem aos ceguinhos que se passeiam pelas carruagens do metro, se dá esmola, quanto mais aos profissionais da Roménia, que alternam a pedinchice com a venda do "borda de água", e claro, com as "ofertas" da gente distraída que se passeia pela Cidade...
O óleo é de David Dalla Venezia.
Essa dos defeitos de fabrico, tá muito boa! Registei.
ResponderEliminarAbraço
passei na terça-feira,na igreja do Santíssimo Sacramento na
ResponderEliminarCalçada do mesmo nome, estava um (romeno) em cada entrada, fiquei até meio tonta porque pareciam gémeos.
não vi ninguém dar nada, mas o teatro deles era tão eloquente que até metia dó.
mas, faz-me sempre pena.
é quase assim, Carlos.
ResponderEliminarclaro, Pi.
ResponderEliminaré gente que é capaz de gritar, barafustar e perseguir, para conseguir o que quer.
distância.
Mas ainda há quem dê esmolas?
ResponderEliminarPelo andar da carruagem um dia destes somos todos pedintes.
Um abraço
é verdade, Elvira.
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