A paixão e a curiosidade pelo outro pode levar algumas pessoas a terem atitudes que podem no mínimo soar a doentias.
É o caso do Maurice, que todas as manhãs sai de casa e se senta num banco rente a qualquer estação de transportes, onde fica uma boa meia hora a olhar quem passa, para lá e para cá. Olha como se fosse um fotógrafo, mesmo que se tenha esquecido da máquina, ou um pintor, sem pincel e tela.
Vê de tudo, gente que caminha a várias velocidades, que olha quase sem ver, gente bonita, gente feia, uns que saíram de casa como se fossem a qualquer festa, outros que preferem acompanhar um enterro.
A sua estação preferida é a das barcas, no Cais Sodré, apenas porque tem no Tejo, a um dedo de distância, um elemento que desequilibra qualquer balança.
Quando regressa a casa está de cara feliz, pronto para escrever sobre as pessoas que olhou e desconhece. É por isso que se vê obrigado a arranjar-lhes vidas novas nas suas histórias de papel, sem querer inventar nada.
O óleo é de Sérgio Cerchi.
mas regressa feliz e é o que importa.
ResponderEliminarbom fim de semana.
beij
quem apanha histórias por aí regressa sempre feliz a casa, Pi. :)
ResponderEliminarFeliz por encontrar alguma coisa, como fragmento, de alguma outra coisa que ele já conhecia.
ResponderEliminarGostei muito.
abraços, Luis.
Encontrar a felicidade é tarefa difícil. Se alguem é feliz assim, que mal poderá haver nisso?
ResponderEliminarUm abraço
é ficção pura, Meg.
ResponderEliminarnasceu quando eu vi um senhor sentado num banco da estação, atento a quem passava...
claro que quem consegue encontrar a felicidade nas pequenas coisas, tem mais capacidade para sorrir à vida, Elvira.
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